sábado, dezembro 13, 2008

Oasis - "Dig Out Your Soul" (2008)

Os Oasis são daquelas bandas que nos acompanham toda uma vida. E mesmo quando a música que fizeram já não é aquela que hoje ouço com mais frequência, eis que, quando os julgava moribundos, editam novo álbum perfeitamente adaptado aos novos tempos, sem contudo perderem a sua identidade.

"The Shock Of The Lightning" é o single que se impõe ouvir.

Of Montreal - "Skeletal Lamping" (2008)

O novo álbum dos Of Montreal já toca por aqui há uns meses. Altura agora para dar a conhecer o primeiro single: "Id Engager".

Entre les Murs, de Laurent Cantet (2008)

"A Turma", assim se chama o novo filme de Laurent Cantet, que conhecemos, entre outros, de filmes como "Recursos Humanos" e "O Emprego do tempo". Como é habitual na cinematografia de Cantet, a abordagem de temas sociais, não necessariamente fracturantes, mas acima de tudo estruturais e de fundo, está claramente presente neste filme. Tendo por base um romance escrito por François Bégaudeau, sobre os anos em que deu aulas em França, autor este que interpreta ela próprio o papel de professor no filme, é-nos apresentado um ano lectivo numa escola multicultural francesa, uma escola como tantas outras. A acção passa-se praticamente na totalidade dentro da sala de aula, convidando o espectador a ser uma espécie de observador não participante, da relação entre professor-aluno e entre alunos. O filme estreou no último festival Doc Lisboa, estreando comercialmente na mesma altura em que em Portugal regressam as greves e os protestos dos professores no que diz respeito ao seu modelo de avaliação. Este é contudo um filme onde essencialmente se aborda a relação e a abordagem que um professor deve ter com um aluno, não sendo moralista nem demagogo. É uma visão, de um autor ex-professor, e de um realizador empenhado em trazer à praça pública questões realmente relevantes e que devem ser alvo de debate constante. Destaque-se também a prestação dos actores/alunos, todos eles não-actores. A TURMA, de Laurent Cantet, foi Palma de Ouro no último Festival de Cannes.

Do Outro Lado, de Fatih Akin (2007)

"Do outro lado" é um filme sobre o qual é dificil falar ou escrever. Isto porque é um filme tão natural, apesar da vertiginosa sucessão de acontecimentos sucessivos e pouco provavéis que ocorrem, mas que flui de uma forma muito coerente. O filme divide-se entre a Alemanha e a Turquia, as personagens que por ali deambulam, cruzam-se ao sabor do acaso, tecendo uma teia que para o espectador faz sentido, mas que nao é perceptivel aos protagonistas. É uma história de afectos, entre pai e filho, entre filha e mãe, entre duas mulheres de origens completamente distintas, entre 2 países que se estranham. É um filme inquieto, no qual as personagens buscam incessantemente uma identidade e um sentido para a sua existência, tentando entender a sua missão e lugar no mundo. Buscam-se a si próprios enquanto tentam resolver os seus diferendos com os outros. Um filme a ver ou rever, já que tem edição nacional em DVD. Uma grande história, com excelentes interpretações e muito bem realizado.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Paris, de Cédric Klapisch (2008)

Paris, a cidade luz, a cidade do amor. Paris é mais uma vez cenário de filme, mais que uma paisagem, é novamente uma grande personagem. Esta é mais uma homenagem a Paris, a par de Paris Je T'aime ou Dans Paris, apenas para referir alguns filmes recentes.
Alguns anos após "As Bonecas Russas", eis-nos de novo face a um filme de Cédric Klapisch, e novamente com Romain Duris. Mas este é um filme mais adulto, com mais substância. "Paris" é uma pallette de várias histórias e personagens que se cruzam, com inicio e término na história da personagem de Duris, um bailarino profissional com um problema de coração que pode ser terminal. Mas pensar que essa história é o filme, seria muito redutor. Durante 2 horas temos oportunidade de entrar na vida alheia destes habitantes de Paris, com as suas semelhanças, diferenças, relações e acções. É um filme que se debruça também sobre a solidão humana, cada vez mais típica dos grandes centros urbanos, impessoais, frios e onde simultaneamente atracção e decadência andam de mãos dadas. É essencialmente um filme que nos lembra que temos de celebrar a vida com mais frequência.

sábado, novembro 15, 2008

Estoril Film Festival 2008

Ao European Film Festival 2007 deu lugar o mais modesto Estoril Film Festival 2008. O festival é o mesmo, mas muda o nome, o que pode significar também uma mudança de atitude. Se o ano passado o European foi organizado à pressa, estava pouco divulgado, e além de afastado do grande centro urbano que é Lisboa os bilhetes eram caros e algumas das sessões reservadas a pessoas do meio, este ano o festival desceu um pouco ao comum mortal, baixando o preço dos bilhetes para 3€ (um preço até mais acessível que os outros festivais estão a praticar), e espera atingir a meta dificil dos 30 mil espectadores (contra os apenas 5 mil do ano passado).
Mas não há que negar que este festival não é como os outros. Este festival tem grandes estreias do que melhor se está a fazer na Europa, tem uma competição internacional, tem uma homenagem a Bertolucci, uma Retrospectiva Tim Burton, e tem estrelas internacionais.
Notícias:

domingo, novembro 09, 2008

Destruir Depois de Ler, de Ethan Coen, Joel Coen (2008)

Diz a sinopse deste filme que o mesmo é sobre um ex-agente da CIA "que decide escrever as suas memórias documentando segredos do governo, após ter sido despedido" Diz também que "a sua ex-mulher decide, durante as partilhas do divórcio, roubar-lhe o disco que contém o único exemplar do manuscrito e que por engano" e que "esse disco cai nas mãos de dois empregados sem escrúpulos que trabalham num ginásio e que tencionam explorar ao máximo a sua descoberta, vendendo a informação de forma a poder pagar uma cirurgia plástica". Parece confuso? É... o novo filme dos Irmãos Coen. O meu conhecimento da obra destes cineastas é algo tosca, tendo visto apenas alguns filmes da sua já longa carreira. Contudo, é sobejamente reconhecida a sua genialidade tanto no campo dramático como no da comédia. Este é um filme recheado de "estrelas de hollywood" juntamente com os chamados "secundários de peso", mas em papeis de gente parva, desvairada, cujos actos impensados os conduzem a situações ridiculas, pouco plausíveis, numa teia de acontecimentos que que se cruzam e simultaneamente geram outros tais. Este é um filme que ridiculariza os filmes de espionagem e critíca de forma muito original o autentico cenário de suspeição, terror e paranóia tipico dos EUA, principalmente após o 11 de Setembro/2001. Um filme divertido, descontraído, comédia estúpida mas no bom sentido, porque de vazio não tem nada. Embora existam momentos de crítica mordaz e humor inteligente, por vezes exagera-se na estupidez de algumas personagens tornando-os realmente patéticos, dentro do que é pateticamente aceite (ex: a personagem interpretada por John Malkovich). Mas vale a pena espreitar.

Ladytron @ Lux 4-11-2008

Os Ladytron já andam por estas vidas da música há uma série de anos, e pontualmente até têm passado por Portugal, contudo este não deixava de ser um dos concertos mais aguardados do final deste ano, e só podia ser numa sala a condizer com a estética e aura electropop da banda, o Lux. Concerto muito certinho, excepto nas horas, atrasaram-se uns bons 45 minutos, muito fiel ao último álbum "Velocifero" (que aqui referi em Maio). Quanto às músicas mais antigas a tendência foi actualizarem a roupagem das mesmas, o que é sempre de louvar, numa banda que se apresenta muito mecânica e algo fria em palco, mas que não nos deixa de cativar e nos transportar para uma atmosfera simultaneamente futurista e revivalista.
Embora o som a principio não se apresentasse nas melhores condições, foi sem dúvida um óptimo concerto.

Fica aqui mais um single do último álbum: "Runaway"

domingo, novembro 02, 2008

The Flower Bridge, de Thomas Ciulei (2008)

Doc Lisboa 2008

Um dos filmes mais interessantes que passou este ano no festival Doc Lisboa, é o romeno "The Flower Bridge". Curiosamente este filme fez parte da programação deste ano do festival Indie Lisboa. Trata-se de um documentário que tem um cenário rural de uma aldeia na Moldávia como pano de fundo, debruçando-se sobre o quotidiano de um pai e três filhos adolescentes (1 rapaz e 2 raparigas), cuja mãe está ausente emigrada para a Itália, onde trabalha para ajudar a sustentar a sua famíia. Saliente-se o facto de ser a mãe e não o pai que sai de casa para trabalhar, rompendo com um modelo mais tradicional de família no qual a figura masculina sustenta o lar. O filme está justamente inserido na secção Novas Famílias, Novas Identidades. Um filme de extrema beleza estética, mas cujo conteúdo também não deixa nada a desejar, muito embora seja uma história banal mas que pode servir de ponto de partida para uma reflexão mais profunda sobre os movimentos migratórios do Leste Europeu.
Este filme foi antecido da curta "For Them (Por Mis Hijos), com temática semelhante, mas desta vez tendo como personagem principal uma mulher, uma emigrante latino-americana que tenta a sua sorte em Barcelona, precisamente deixando para trás os seus filhos.

domingo, outubro 26, 2008

Antes que o Diabo Saiba que Morreste, de Sidney Lumet (2007)

Embora já tenha assistido a este filme há algum tempo, não ficou esquecido. "Antes que o Diabo Saiba que Morreste" é a prova que se pode fazer cinema com actores de Hollyood sem que haja um tal aparato, cujas suas presenças ofusquem a qualidade do filme. Trata-se de um interessante filme que cruza o género policial com o melodrama familiar e que nos apresenta actores como Philip Seymour Hoffman, Ethan Hawke e Marisa Tomei em excelente forma e longe de filmes com muita parra e pouca uva. Com uma realização inteligente de Sidney Lumet que magistralmente combina os vários pedaços de uma mesma história, e que recua sempre que necessário para "perder" um pouco mais de tempo com cada uma das personagens e para mostrar o seu percurso e contributo para os acontecimentos que marcam o filme. Estamos claramente perante uma grande tragédia familiar, que se desconstroi e decompõe em pedaços e retalhos, e embora estejamos sempre à frente no conhecimento dos acontecimentos, enquanto espectadores, dada a existência de recuos constantes na história, a verdade é que nunca deixamos de sentir uma constante angústica, pressão e desconforto perante o caminho que cada personagem vai seguindo. Uma supresa, cuja qualquer sinopse ou trailer não faria prever.


terça-feira, outubro 21, 2008

Afterschool, de António Campos (2008)

Doc Lisboa 2008
After School é um dos filmes mais supreendentes dos últimos tempos, e que esteve presente no festival Doc Lisboa. Trata-se de um filme, do género documentário ficcionado, que versa sobre a ausência de valores que se vive na sociedade contemporânea, mais especificamente tendo como cenário um colégio privado e de elite norte-americano. Esta é a era do You Tube e dos telemóveis, do sexo desapaixonado e impessoal na adolescência, do perigo das drogas leves e pesadas a assombrar jovens inconscientes. O filme tem como fio condutor a morte de 2 adolescentes neste colégio privado e as sua implicação nas vidas dos restantes alunos, mas também nas dos educadores e comunidade em geral. É um retrato marcante da juventude actual (ou das juventudes, como se costuma dizer em ciências sociais). Com clara inspiração na cinematografia documental de Frederick Wiseman, e com uma filmagem que remete para Gus Van Sant ou Michael Haneke, estamos perante uma excelente e provcativa primeira longa metragem de um novato cineasta António Campos (apesar do nome, é americano). Uma excelente experiência, irrepetível, dado o filme apenas ter passado uma vez numa sala de 200 lugares, a pedido do realizador. No entanto, como passou por Cannes, é possível que estreie.

segunda-feira, outubro 13, 2008

Festival Doc Lisboa 2008

16 a 26 de Outubro

Culturgest, Cinema Londres, S. Jorge, Museu Oriente
http://www.doclisboa.org/

Mais um ano, mais um Doc Lisboa. São cerca de 150 documentários que vão passar pelos 4 locais indicados, com destaque para a cinematografia chinesa, mantendo as secções competitivas e apostando novamente nas secções Diários Filmados e Autoretratos e Riscos e Ensaios. Este ano nascem três novas secções: Novas Famílias/Novas Identidades, Heart Beat e Docs 4 Kids.

sábado, outubro 11, 2008

Weeds - 4ª temporada

Estreou na passada 2ª feira a nova temporada da série Weeds na RTP2.
Embora já sem o fôlego da primeira e segunda temporada, quanto a mim as melhores, vale a pena continuar a ver, nem que seja apenas por Marie Louise Parker. Fica aqui o trailer desta nova temporada.

sexta-feira, outubro 03, 2008

9ª festa do Cinema Francês

Lisboa, de 2 a 12 de Outubro

Começou ontem mais uma Festa do Cinema Francês em Lisboa, continuando posteriormente em Almada, Coimbra, Porto e Faro. Em Lisboa o Cinema S. Jorge será a casa principal do festival, mas na cinemateca irá decorrer o ciclo Paris-Lisboa, e o Instituto Franco-Português apresentará igualmente alguns filmes.
Programa completo aqui.

sábado, setembro 20, 2008

Premiere - O regresso

Um ano depois do fim da revista Premiere em Portugal, que foi referido por aqui, eis que é anunciado o seu regresso, lançada por outro grupo editorial mas mantendo basicamente a estrutura e elementos da anterior publicação. O preço mantém-se nos 2,5€.
Um regresso que faz sentido!

“Premiere” regressa às bancas em Outubro

segunda-feira, agosto 25, 2008

Incêndio no Chiado - 20 anos

Já aqui falei este ano dos 20 anos do grande incêndio do Chiado.
Hoje, 20 anos depois, começa a falar-se da conclusão da sua reconstrução pelo mesmo arquitecto que lhe deu novamente vida, Siza Vieira.

Fica mais uma vez aqui o registo do país em memória.

E algumas notícias sobre o assunto:
Chiado atirou decadência pela colina abaixo
Vereador teme tragédia na Baixa-Chiado
Comerciantes lamentam a falta do "charme" de antigamente

segunda-feira, julho 21, 2008

Sugestões cinema

Em plena silly season, vale a pena ver ou rever 2 filmes que passaram no Indie Lisboa. São eles, "The Hottest State" de Ethan Hawke, que passou nesse festival em 2007, e "Joy Division", de Grant Gee, que passou este ano.

Ver apontamentos dessa altura aqui e aqui.

Segue o trailer de "The Hottest State", dos dois filmes, o menos mediático.

domingo, julho 20, 2008

Festival Oeiras Alive 2008 (10/07/2008)

Com algum atraso, fica aqui o registo fotográfico do dia 10 de Julho do festival Oeiras Alive.
Um dia com um cartaz apetecível, mas que pecou por ter vários concertos em simultâneo. Aqui ficam os que assisti num dia e noite de calor intenso: Vampire Weekend, MGMT e The Hives. Com muita pena não acompanhei The National e Spiritualized.
E o Festival SBSR aqui tão perto... e no mesmo dia... Beck e Duran Duran. Não se faz!

MGMT

The Hives


Vampire Weekend

O meu irmão é filho único, de Daniele Luchetti (2007)

"Mio fratello è figlio unico" é um dos mais recentes filmes italianos a chegar às nossas salas. A verdade é que filmes provenientes deste país são cada vez mais escassos, por estas bandas, se exceptuarmos os clássicos que a cinemateca passa regularmente ou os filmes de Nani Moretti. Este filme, passado nos anos 60/70 em Itália, conta-nos a história de dois irmãos e a sua família nuns conturbados anos políticamente agitados. Accio, outrora beato, é fascista, Manrico, seu irmão, é um comunista revolucionário. Ambos têm a agitação no sangue, a luta ideológica na pele, e cada um à sua maneira, tenta ser um elemento activo na história política do seu país. Mas este não é apenas um filme político, é essencialmente um filme de afectos. Além destes dois irmãos existe uma irmã, igualmente agitada e revolucionária, e os pais de classe operária, vitimas de injustiças sociais e crentes acérrimos numa mudança de vida. Trata-se de um filme fascinante, pelos valores que transmite, aliando de forma muito interessante o poder ideológico e o peso da do meio e da herança familiar. Um filme que recupera a boa tradição dos filmes históricos, de contar uma história no tempo, de acompanhar personagens em diversos períodos da sua vida e em alturas e marcos importantes do seu país. Um filme que apesar de tudo, poderia ter durado mais algum tempo, e aproveitado esses minutos adicionais para conseguir explorar de forma mais elaborada a personagem de Manrico (já que a história é contada/narrada pelo irmão mais novo, Accio), a personagem da namorada de Manrico, que a dada altura divide os irmãos (por motivos óbvios) ou mesmo da irmã. Ainda assim, estamos perante um belo filme a não perder.

segunda-feira, julho 07, 2008

"Replica Sun Machine" - The Shortwave Set (2008)

Em semana de Oeiras Alive, uma banda que lá faria todo o sentido. The Shortwave Set têm um novo álbum completamente viciante. Aqui fica "No Social".

www.myspace.com/theshortwaveset

www.theshortwaveset.com

domingo, julho 06, 2008

A Rapariga Cortada em Dois, de Claude Chabrol (2007)

Completamente oposto ao filme comentado no post anterior, "A Rapariga Cortada em Dois", é um filme muito mais monótono, chegando mesmo a ser chato em alguns momentos. O novo filme de Claude Chabrol, tem no entanto o mérito de ter excelentes interpretações de Ludivine Sagnier, que vimos recentemente em "As Canções de Amor" e Benoît Magimel, de quem me recordo de "A Pianista". A história, essa é sobre uma rapariga que tem o coração quase literalmente cortado em dois. Trata-se de uma aspirante a vedeta de tv, ambiciosa, que se envolve amorosamente com um escritor famoso, apaixonando-se por este, mas acabando por casar com um excêntrico jovem milionário que beija o chão que ela pisa. Trata-se de uma história de jogos sexuais e morais, que vive de um triângulo amoroso algo coxo e pouco convincente. Um filme que faz juz ao ditado "nem tudo o que parece, é", que vive essencialmente de bons diálogos. Destaque para algumas cenas passadas em Lisboa, aspecto que acaba por ser no mínimo interessante.

O Segredo de um Cuscuz, de Abdel Kechiche (2007)

Três semanas distam o visionamento do filme e a escrita deste texto. No entanto, está bastante presente na minha memória a constatação de que estamos perante um dos melhores filmes dos últimos tempos. Nem as cerca de 2h30 de filme são motivo de desânimo, pelo contrário, é um filme que nos consome do primeiro ao último minuto. De forma bastante documental, este filme realizado por Abdel Kechiche, conta-nos a história do Slimane, pai de uma grande família, recém desempregado de um emprego precário, que está numa fase da vida em que, com os seus 60 anos, já faz um balanço dos anos vividos, concluindo que poderia ter feito muito mais, que não deixará nada material aos seus entes queridos, ambicionando ainda dar fôlego e rumo à sua vida, neste terceiro acto que agora se inicia. A tarefa não se adivinha fácil. As burocracias associadas a esse tipo de negócio aliadas à discriminação da sociedade francesa relativamente às comunidades imigrantes (que no fundo, também a constituem), são temas constantes. Muito importante é o papel da família, numa clara união familiar que reune filhos, netos, cunhados e noras, amigos, etc. Todos trabalham para ajudar este amado pai de família, que apesar de achar que toda a vida falhou não é assim que é visto por quem o ama e o admira. As interpretações são bastante boas, principalmente da enteada Rym, que protagoniza pelo menos dois grandes momentos do filme. Há alturas em que sentimos que fazemos parte daquela família, gostávamos de estar ali, também queriamos ajudar no que fosse preciso. E quando o cinema consegue despertar no espectador este tipo de sensações, então está tudo dito!

segunda-feira, junho 30, 2008

O Rossio na Betesga

Este é o título de uma reportagem que passou hoje no Jornal da Noite da Sic. Este é o Rossio, coração da cidade, que fica deserto quando as lojas e cafés fecham, cujas casas estão em risco de ruína e desabitadas. Como é referido na reportagem, houve uma família que se mudou para a praça mais central de Lisboa o ano passado, e duplicou o número de pessoas a viver nessa praça.
Para quando uma revitalização séria da Baixa Pombalina? Projecto há muitos, mas há coisas tão simples que podiam ser feitas para evitar esta desertificação e nem sequer são pensadas.

Excertos da reportagem aqui.

Postal Ilustrado do Rossio, anos 70/80, quando ainda tinha vida (embora também tivesse carros)

domingo, junho 29, 2008

Magnetic Fields @ Aula Magna 26-06.2008

Um regresso quente dos Magnetic Fields a Portugal. Quente porque foi intimista, próximo, sussurante. Mas igualmente quente porque a Aula Magna estava com uma temperatura muito pouco agradável. Num registo essencialmente acústico, a banda de Stephen Merrit conseguiu convencer, mesmo com um intervalo de 15 minutos a meio.

Alinhamento:

When I'm Out of Town (The 6ths)
No One Will Ever Love You (69 Love Songs)
California Girls (Distortion)
Walking My Gargoyle (The Gothic Archies)
The Nun's Litany (Distortion)
I Looked All Over Town (i)
Epitaph For My Heart (69 Love Songs)
I Don't Believe You (i)
Dreams Anymore
The Little Ukulele
All Dressed Up in Dreams (The 6ths)
Zombie Boy (Distortion)
Papa Was a Rodeo (69 Love Songs)
Take Ecstasy With Me (Holiday)
Courtesans (Distortion)
Crows Everywhere (The Gothic Archies)
Too Drunk to Dream (Distortion)
The Book of Love (69 Love Songs)
No River (Future Bible Heroes)
Drive On, Driver (Distortion)
What a Fucking Lovely Day! (Showtunes, Stephin Merritt)
Yeah! Oh, Yeah! (69 Love Songs)
It's Only Time (i)
Three-Way (Distortion)
As You Turn to Go (The 6ths)
Grand Canyon (69 Love Songs)

Ler crítica aqui.

sábado, junho 21, 2008

Um ano de Cimema(s) - Os melhores filmes

Mais uma vez, durante os meses de Verão, a Medeia Filmes faz uma retrospectiva dos melhores filmes estreados durante o ano que passou (entre Junho 2007 e Junho 2008).

Lisboa:
NIMAS - 26 DE JUNHO A 3 DE SETEMBRO

Porto:
CINE ESTÚDIO DO TEATRO DO CAMPO ALEGRE
3 A 30 DE JULHO E DE 4 DE SETEMBRO A 8 DE OUTUBRO

Programação aqui.

Irina Palm, de Sam Garbarski (2007)

À primeira vista esta poderia ser a história de um telefilme género Casos da Vida, senão vejamos a sinopse do filme: "Maggie é uma mulher de meia-idade que tem de arranjar dinheiro para pagar a operação que vai salvar a vida ao seu neto. Sem recursos financeiros alguns, tenta o seu melhor para não deixar que o filho, Tom, e a nora, Sarah, desesperem". Mas a verdade é que este filme é muito mais que uma simples historieta de puxar a lágrima. Aliás, pouco tem a ver com tal cenário. Irina Palm, nome de código de uma mulher - interpretada por Marianne Faithful - cujas necessidades financeiras supracitadas impõem uma mudança radical na sua vida. Habituada a viver numa pequena comunidade, de vida pacata e segura, Maggie vai ao engano e pensando ter arranjado um emprego nas limpezas, descobre que afinal será "masturbadora" num peep show. Com uma sala só para si, a sua única tarefa é aliviar a tensão de alguns, os quais não vê o rosto, dado que estes apenas "entram" na sala através de um pequeno orificio. A pouco e pouco torna-se célebre, digna do já referido nome de código, procurada por cada vez mais clientes e desejada pela concorrência. Maggie acaba também por ter de lidar com a vergonha que o seu filho tem por si quando descobre a situação, ou a atracção que entretanto começa a nutrir pelo seu mafioso chefe. Trata-se de uma história invulgar, mas que no entanto acaba por servir de pretexto para se abordarem questões como o emprego na velhice, o amor depois dos 60 ou os vicios privados de pequenas comunidades hipócritas e ultra conservadoras. Marianne Faithfull tem aqui uma prestação notável, o que de melhor tem este filme mediano.


quarta-feira, junho 18, 2008

Viagens no Oriente

No seguimento da colaboração entre a associação Zero em Comportamento e o Museu Oriente, destaque para um novo cliclo de filmes com um programa composto, maioritariamente, por filmes inéditos em Portugal. Todos os filmes são apresentados com legendas em português e custam 3€ por sessão. De 18 de Junho a 28 de Julho.

18 de Junho
18h00 L’Intouchable, de Benoit Jacquot

22 de Junho
18h00 How Is your Fish Today?, de Xiaolu Guo

26 de Junho
18h00 Workingman’s Death, de Michael Glawogger

2 de Julho
18h00 L’Intouchable, de Benoit Jacquot

6 de Julho
18h00 Born into Brothels, de Ross Kauffman e Zana Briski

9 de Julho
18h00 How Is your Fish Today?, de Xiaolu Guo

10 de Julho
18h00 Taking Father Home, de Ying Liang

13 de Julho
18h00 Taking Father Home, de Ying Liang

17 de Julho
18h00 A Tree in Tanjung Malim + Company of Mushrooms + South of South, de Tan Chui Mui

20 de Julho
18h00 Flower in the Pocket, de Seng Tat Liew

24 de Julho
18h00 Pátria Incerta, de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel + A Ilha da Boavida, de Mercês Gomes

28 de Julho
18h00 Flower in the Pocket, de Seng Tat Liew

Mais informações aqui.

segunda-feira, junho 16, 2008

The Last Shadow Puppets - The Age Of The Understatement (2008)

Já tem alguns meses, no entanto é um disco intemporal. The Last Shadow Puppets é o novo projecto do vocalista dos Artic Monkeys, Alex Turner, que tem a colherada de Owen Pallett dos Final Fantasy. Com uma sonoridade muito cinéfila a respirar anos 60, 70, esta pode ser uma excelente banda sonora de viagens sem rumo.

The Age Of The Understatement



Standing Next To Me

domingo, junho 08, 2008

My Blueberry Nights, de Wong Kar-wai (2007)

Um filme de Wong Kar-wai é sempre um bom filme, mesmo que desta vez o realizador tenha trocado as habituais paisagens e ambientes de Hong Kong para se mudar de armas e bagagens para a América (aparentemente porque a protagonista nao fala outra língua que nao o inglês). Não havia necessidade... mas ainda assim o saldo é positivo, conseguindo manter a qualidade a que já nos habituou, muito embora este seja francamente um filme menor na sua carreira. Kar-wai regressa às histórias de amor confusas, desencontros amorosos, paixões aparentemente impossíveis e dificeis, raptando ao campo musical a cantora Norah Jones e repescando um dos sex symbol do cinema americano, o inglês Jude Law. Os planos lentos alternados com rápidos avanços, a conjugação explosiva de cores, a música permanente que não é apenas pano de fundo, os neons... etc, estão lá, remetendo-nos para o saudoso Chunking Express, que aliás, é o filme do realizador que mais se assemelha com este. A história do filme, essa, tem pouco fôlego... começando muito bem, perdendo-se lá para o meio... e terminando de forma previsvel. Mas apesar disso, vale a pena experimentar esta nova fase de Wong Kar-wai com um filme que até tem uma interessante participação especial de Cat Power, que contribuiu também para a banda sonora. Não foi uma viagem totalmente perdida.

sexta-feira, junho 06, 2008

Vampire Weekend - Vampire Weekend (2008)

Não tenho tido muito tempo para postar por aqui. No entanto, há muito tempo que ando para partilhar esta banda.

Aqui fica uma versão para a MTV de "Oxford Comma" para começar bem o Verão, que aparentemente vai ser dos mais quentes...

quinta-feira, junho 05, 2008

Festa do Cinema Italiano

Cinema King, 5 a 11 de Junho, Sala 1


5 DE JUNHO - 21h00
Com a presença da actriz Maria de Medeiros e os realizadores Antonietta de Lillo e Marco Simon Puccioni

Riparo (“Abrigo”)
Marco Simon Puccioni, 98’, 2007 – v.o. leg. em pt.

A seguir

Il resto di niente (“O Resto de Nada”)
Antonietta de Lillo, 103’, 2004 – v.o. leg. em pt.

6 DE JUNHO - 21h30
Antestreia nacional
Mio fratello è figlio unico (“Meu Irmão è Filho Ùnico”)
Daniele Lucchetti, 100’, 2007 – v.o. leg. em pt.
Com a presencia da actriz Diane Fleri

7 DE JUNHO - 22h00
La giusta distanza (“A Distância Certa”)
Carlo Mazzacurati, 110’, 2007 – v.o. leg. em pt.

8 DE JUNHO - 21h30
La terramadre (“A Terramãe”)
Nello la Marca, 120’, 2008 - v.o. leg. em pt.

9 DE JUNHO - 22h00
Il nascondiglio (“O Esconderijo”)
Pupi Avati, 100’, 2007 – v.o. leg. em pt.

10 DE JUNHO - 21h30
N (io e Naopoleone) (“N (Eu e o Napoleão”)
Paolo Virzì, 110’, 2006 - v.o. leg. em pt.

11 DE JUNHO - 21h30
Una ballata bianca (“Uma Balada Branca”)
Stefano Odoardi, 78’, 2007 - v.o. leg. em pt.

http://www.medeiafilmes.pt/

http://www.festadocinemaitaliano.com/

domingo, maio 25, 2008

Ciclo de Cinema “Máscaras”

Zero em Comportamento e Museu do Oriente promovem Ciclo de Cinema “Máscaras”

25, 28, e 29 de Maio e 1 de Junho ; Auditório do Museu do Oriente Piso 5 ; Preço: € 3,00

(oportunidade também para rever alguns filmes do Indie Lisboa deste e outros anos)

A associação cultural Zero em Comportamento e o Museu do Oriente co-produzem um ciclo de cinema, entre 25 de Maio e 1 de Junho, que, de maneiras diferentes, coloca uma mesma questão: a vacilação da identidade humana quando sujeita a pressões de vários tipos (social, moral, político).

Os temas da falsa identidade, do duplo e da máscara têm sido objecto de muitos e distintos olhares cinematográficos. Protegendo-se por trás de máscaras e/ou de identidades fictícias, o individual pode esconder-se mas, paradoxalmente, revelar a sua verdade mais profunda.

Com filmes provenientes de países tão distintos como a Áustria, Argentina, França, Espanha, Chile, Canadá ou Alemanha, a mostra apresenta seis longas-metragens.

Os bilhetes custam três euros e todos os filmes são legendados em português.
Programa e sinopses aqui.

segunda-feira, maio 19, 2008

Pas Douce / Angel

Esta semana estrearam - com um ano de atraso - dois filmes que passaram o ano passado no Indie Lisboa 2007.
São eles, Angel - Encanto e Sedução, de François Ozon e Pas Douce - Nada Meiga, de Jeanne Waltz.

Ladytron - Velocifero

Está prestes a chegar o novo álbum dos Ladytron (2 de Junho), mas há já alguns meses que toca o single "Ghosts". Embora não tão apelativo quanto o anterior álbum, Velocifero promete agitar, como é hábito.

terça-feira, maio 06, 2008

It's a Free World, de Ken Loach (2007)

Indie Lisboa 2008


Se Import Export já focava a temática de emigração/imigração, It's a Free World - Mundo Livre, de Ken Loach (filme de encerramento do Indie Lisboa), põe a lume a imigração clandestina e os problemas que daí advêm. Angie é funcionária de uma empresa de recrutamento de trabalho temporário que após ser despedida cria a sua própria empresa de recrutamento, tendo como principais "clientes" imigrantes, que muitas vezes não têm a sua situação regularizada. Se inicialmente a sua ideia era apenas conseguir uma vida melhor com trabalho honesto, Angie cedo percebe que é no negócio que envolva imigrantes clandestinhos (mão de obra-barata e salários mínimos) que está o seu lucro. A partir de dada altura a bola de neve adensa-se, e será dificil voltar atrás. Um filme que fala das desigualdades sociais, precaridade de emprego, imigração ilegal e falta de escrúpulos, realidades perfeitamente actuais e que fazem todo o sentido na obra de um realizador que já nos habituou à abordagem de temáticas sociais. Este filme é importante contributo e uma interpretação pertinente para compreender estas realidades sociais, numa Europa cujo sistema social apresenta cada vez mais sinais de degradação, onde os imigrantes são simultaneamente desejados (porque são baratos) e odiados (porque ocupam recursos).


domingo, maio 04, 2008

Import Export, de Ulrich Seidl (2007)

Indie Lisboa 2008

O festival Indie Lisboa não é so entretenimento. Pela tela passam em grande medida filmes que focam realidades sociais críticas, sociedades deterioradas e grupos sociais desfavorecidos. São histórias que também merecem ser contadas, e cujo papel do cinema é também aproximar e alertar o público para realidades diferentes da nossa, e que de outra forma só conheceriámos através dos noticiários e jornais. Import Export, de Ulrich Seidl é um bom exemplo, e poderia ter como subtítulo "O lado negro da Europa". Trata-se de um filme rodado maioritariamente por actores amadores (o que confere ainda maior realismo ao filme, e permite uma maior identificação com o cidadão comum), que nos conta duas histórias parelelas que apesar de não se cruzarem literalmente, partilham em comum o desencanto vivido pelas personagens, que procuram uma vida melhor, para além das fronteiras do seu país, e das situações muitas vezes degradantes a que se têm que sujeitar. Import Export versa sobre algumas das realidades mais cruéis da nossa Europa, a emigração clandestina, a exploração e o tráfico humano, etc. Uma das histórias é sobre Olga, uma enfermeira ucraniana que ao emigrar para a Austria, trabalha como empregada de limpeza e tem um part-time em cibersexo. A outra é sobre Pauli, um ex-segurança austríaco, que acompanha o padrasto pela Europa fora, acabando precisamente na Ucrânia, onde se perde no meio de tanta boémia.
Trata-se, pois, de um retrato bem mais cinzento que aquele que Bruxelas nos tenta passar. São realidades que, mesmo que a comunicação social as veicule, não nos dá tempo para qualquer percepção ou compreensão mais elaborada. Assim, estes filmes são um ponto de partida para que se possa verdadeiramente discutir estes assuntos.

Indie Lisboa 2008 - Os Premiados

O festival Indie Lisboa desde ano está quase a terminar. Fica aqui a lista e horários dos filmes premiados.

Principais premiados:
WONDERFUL TOWN, Aditya Assarat, fic., Tailândia, 2007, 90'
NIGHT TRAIN, Diao Yinan, fic., China, 2007, 91'
VIA DE ACESSO, Nathalie Mansoux, doc., Portugal, 2008, 82'
MOMMA´S MAN, Azazel Jacobs, fic., EUA, 2008, 98'
TERRA SONÂMBULA, Teresa Prata, fic., Portugal/Moçambique, 2007, 96'

FILMES PREMIADOS
Domingo 4 de Abril Sessões Filmes Premiados

sábado, maio 03, 2008

Momma's Man, de Azazel Jacobs (2008)

Indie Lisboa 2008

Um dos filmes mais promissores deste ano, na competição internacional, é Momma's Man. Mickey é um jovem adulto, casado e pai de uma bebé que regressa a Nova Iorque, a trabalho, ficando em casa dos seus pais. Cedo essa viagem deixa de ser apenas uma viagem de negócios, transformando-se num regresso ao passado de Mickey. Em casa dos seus pais, Mickey começa a adiar o regresso à Califórnia, onde está a sua mulher e filha e o seu trabalho. Começa por inventar problemas como o voo de regresso, até que acaba mesmo por desligar o telemóvel e incorporar um autêntico regresso à infância e juventude. Tudo na casa dos seus pais o faz lembrar esses tempos, desde os livros de banda desenhada, à sua guitarra e letras de música, passando por cartas de namoradas ou até mesmo o regresso de um amigo de infância. Esse sentimento de retorno ao passado e incapacidade de continuar o tempo presente e viver o futuro adensa-se a partir do momento em que já nem sequer consegue sair de casa. Um filme sobre os afectos entre pais e filhos e reflexão sobre a capacidade (ou falta dela) para lidar com o crescimento, com as responsabilidades adultas e aceitar aquilo em que nos tornámos e o caminho que estamos a percorrer.
Este é um registo quase autobriográfico do realizador Azazel Jacobs, que filma os seus próprios pais, na sua própria casa.

http://www.mommasman.com/

Go Go Tales, de Abel Ferrara (2007)

Indie Lisboa 2008

Na passada quarta feira no Indie Lisboa (e em repetição hoje), deu-se a ante-estreia do mais recente filme do realizador Abel Ferrara. A acção do filme passa-se totalmente no Ray Ruby's Paradise, um cabaret decadente que luta diariamente por não fechar as portas. Durante cerca de hora e meia desfilam pelos nossos olhos as mais belas dançarinas de várias nacionalidades, artistas de todo o tipo, bêbados problemáticos, arruaceiros, etc etc. Ray (Willem Dafoe), o gerente do estabelecimento, gere-o como se fosse a grande criação da sua vida, é a sua menina dos olhos, a sua família de estimação, que tenta salvar apostando na lotaria, através de esquemas ilícitos, dinheiro falso, etc. Filme interessante porque vive de pequenos momentos, que derivam das histórias cruzadas das vidas que por ali deambulam naquele microcosmos. Vive também de personagens-tipo que não chegamos a conhecer completamente, mas que conseguem, em pouco tempo de filme, deixar a sua marca. Um filme que é uma verdadeira caixinha de surpresas.


terça-feira, abril 29, 2008

The Field Guide to North America, de Cam Archer e Deco Dawson (2007)

Indie Lisboa 2008

Este registo musical tem como objectivo uma comparação entre a música na área indie (essencialmente) que se produz nos EUA e Canadá. “The Field Guide to North America: The U.S and Canada - A Comparative Survey” é uma compilação de videoclips ou curtas metragens de várias bandas como Devendra Banhart, Joanna Newsom, Smog, Fiery Furnaces. Não tirando o mérito à música, já que os artistas são de reconhecida qualidade, trata-se de um documento que nada mais faz do que debitar imagens e sons, sem que seja feita qualquer abordagem crítica ou documental sobre o assunto. Ao que parece as conclusões são para cada espectador tirar, funcionando este documento apenas como mostra do que melhor se faz nesses países. Devido a essa limitação, a tentativa saiu, quanto a mim, falhada.

segunda-feira, abril 28, 2008

The Mother, de Antoine Cattin e Pavel Kostomarov (2007)

Indie Lisboa 2008

"The Mother" é um dos documentários em competição no Indie Lisboa 2008. A mãe é Lyuba, que em russo quer dizer Amor. E de facto muito amor tem esta mãe para dar, aos seus 9 filhos que cria sozinha sem marido (que abandonou devido aos seus comportamentos violentos e com quem tinha casado aos 14 anos, quando a sua própria mãe a trocou por Vodka). Além disso Lyuba também trabalha, arduamente, para tentar dar uma vida decente aos seus filhos, único sonho que ousa ter. Tem também a ajuda da filha mais velha, que entretanto também casa e tem ela própria uma filha, mas o seu marido é preso... também por ser violento. O filho mais velho de Lyuba também já esteve preso, o que parece natural nesta comunidade, que é representativa de uma sociedade Russa patriarcal, sociedade esta onde os modelos instituídos se vão reproduzindo de geração em geração, por isso é que a protagonista, apesar de vítima deste determinismo social, o reproduz, educando os seus filhos da mesma forma que os homens com quem conviveu. Apesar de tudo, Lyuba continua a viver, tem sempre espaço para mais um (tenta adoptar um menino filho de mãe negligente), tenta juntar-se a outro homem, do qual acaba por se separar por ser alcoólico, organiza o casamento da filha e promete ajudar a criar a neta, e continua a trabalhar arduamente (trabalho braçal!). O documentário termina com o olhar triste de Lyuba, para quem esta vida, infelizmente continua para além da tela de cinema.
Quanto à realização do documentário, não é propriamente original, perdendo-se facilmente em pormenores e personagens que não são relevantes para a história, nao aproveitando os realizadores a pérola que têm entre mãos.
Relativamente à sala do Teatro Maria Matos, registe-se que é excelente para projecção de filmes.

domingo, abril 27, 2008

Pink, de Alexander Voulgaris (2007)

Indie Lisboa 2008
"Pink", que quer dizer Rosa, ou seja o nome da cadela do protagonista deste filme, é um filme do grego Alexander Voulgaris em competição no Indie Lisboa deste ano. Vassilis Galis, interpretado pelo próprio realizador, é um jovem de 20 e tal anos, como tantos outros, que nos fala das preocupações típicas de um jovem dessa idade. Vassilis é um jovem muito tímido, com uma infância marcada pelo abandono da sua mãe. Conta-nos a sua história como se estivesse a escrever à sua mãe. É a partir desses momentos que nos dá a conhecer os seus sonhos, angústias e preocupações. Há também uma grande paixão por Emily, uma rapariga que conheceu numa passagem de ano em Berlim, e ainda uma rapariga ucraniana de 11 anos com quem estabelece uma grande e improvável amizade. Filmado de uma forma muito amadora, "Pink" nem sempre tem uma história linear, há sonhos e divagações que se entrecruzam com a narrativa, nem sempre sendo muito perceptivel o fio condutor do filme. Há qualquer coisa de Richard Linklater (de Before Sunrise) neste filme, que é uma obra interessante, mas não perfeita. Uma história inacabada onde as pequenas acções quotidianas são de facto o que tem importância.

sábado, abril 26, 2008

Joy Division, de Grant Gee (2007)

Indie Lisboa 2008

Este é um documentário que pode funcionar muito bem como introdução ao recente filme de Anton Corbijn, "Control", para quem não conhece os Joy Division, ou mesmo como complemento ao filme, para quem já os conheça. Para quem viu "Control" no fundo esta é também a história da banda e do seu finado vocalista Ian Curtis, mas contada em primeira pessoa pelos seus intervenientes. Embora assente numa lógica de documentário pouco criativa, este documento tem o mérito de nos dar algum material inédito, algum do qual recentemente descoberto. Ao contrário da biografia ficcionada de Ian Curtis em "Control", que precisamente pela sua componente ficcionada poderia interessar a qualquer espectador, este é um documentário dirigido aos aficcionados pela banda, ou pelo menos aos interessados por estas temáticas.

EL ASALTANTE, de Pablo Fendrik (2007)

Indie Lisboa 2008
Trata-se de um dos filmes em competição no Indie Lisboa deste ano. El Assaltante, filme argentino, é rodado com poucos meios e em tempo real e que basicamente acompanha um homem charmoso e bem vestido que aparentemente ganha a sua vida assaltando escolas. A acção decorre apenas durante uma manhã, a câmara trepidante persegue Ramos, a personagem central desta história. Durante esse período somos testemunhas dos seus actos, e desconhecemos os seus motivos, que apenas se tornam perceptíveis no final do filme. Uma interpretação notável do actor principal (Arturo Goetz), num filme interessante mas do qual se esperava um pouco mais, prometendo muito no seu início mas perdendo o fôlego à medida que o tempo passa. Destaque ainda para as claras influências dos irmãos Dardenne (de Rosetta) ou até mesmo de Gus Van Sant (de Elephant), reflectidas neste obra de Pablo Fendrik.


sexta-feira, abril 25, 2008

25 de Abril Sempre!

sábado, abril 19, 2008

Últimas do Cinema em Portugal

Esta semana marca o fim de um ciclo na vida do cinema Quarteto, e na vida do seu mentor, Pedro Bandeira Freire que faleceu na sequência de um AVC. Qualquer réstia de reabilitação do cinema fica então por terra, dado que o senhor em causa era a figura central na luta por restabelecer alguma dignidade aquela sala. A notícia aqui.
É uma semana em que também é noticiado o fim dos cinemas Cidade do Porto, nessa cidade. Trata-se do "único espaço aberto à exibição de filmes exteriores aos circuitos tradicionais e às correntes dominantes" como refere o jornal Expresso.
Entretanto já está disponível o jornal do festival Indie Lisboa deste ano. Aqui para download.

domingo, abril 13, 2008

David Fonseca @ Coliseu Lisboa - 12-04-2008

David Fonseca esteve pela primeira vez a solo no Coliseu de Lisboa, para um concerto apoteótico, bastante imaginativo, colorido e acima de tudo com uma prestação muito eficiente do cantor e sua banda. Não sou o maior conhecedor da sua obra, embora já acompanhe o seu percurso desde o inicio, provavelmente por termos nascido na mesma zona geográfica. No entanto apenas assisti a um concerto dos Silence 4 em 1996 ou 97 (ainda em Leiria), e tenho ouvido superficialmente os seus álbuns a solo, embora com mais atenção este último, talvez pela versão de Rocket Man de Elton John. É um artista que não se limita a tocar canções. Existe uma componente visual muito apelativa e um cuidado muito especial com a imagem a que já nos habituou nos seus videoclips. Apesar desta ida ao concerto ter sido uma "borla", não me arrependeria de ter pago bilhete para este concerto. Na primeira parte, Rita Redshoes (ou a Tori Amos portuguesa), foi uma supresa muito agradável.
A crítica, deixo-a para os profissionais, aqui.

sábado, abril 12, 2008

REM - Accelerate (2008)

Os REM são das poucas bandas de massas que hoje em dia ainda ouço. Já não surpreendem como outrora, mas continuam vivos e com qualidade. Está aí o novo álbum, "Accelerate" e com ele o primeiro single "Supernatural Superserious".

domingo, abril 06, 2008

Coeurs, de Alain Resnais (2007)

Esteve em ante-estreia em Outubro na Festa do Cinema Francês, e deveria ter estreado comercialmente a 8 de Novembro. No entanto, como já vem sendo habitual este tipo de adiamentos ou mesmo "desaparecimentos misteriosos" de filmes (Angel, de François Ozon, ou The Hottest State de Ethan Hawke, apenas para dar dois exemplos de filmes que passaram no último Indie Lisboa em ante-estreia, e estando já adquiridos por uma distribuidora nacional não estrearam até agora, nem sequer directamente para o mercado aluguer ou DVD), "Corações", de Alain Resnais chega com 5 meses de atraso face ao previsto. Mas antes tarde que nunca. Coeurs é sobre um conjunto de pessoas que não se conhecem entre si, mas que inevitavelmente estão interligadas, pelas suas acções, movimentações e relacionamentos. Têm em comum estarem "perdidas", procurando um sentido de vida, e essencialmente procurando o amor. Fazem-no de formas diferentes, mas sempre com o objectivo de se sentirem mais completas. É inevitável a comparação do filme com uma peça de teatro (é justamente baseado na peça «Private Fears in Public Places» de Alan Ayckbourn), há momentos muito densos em que a luz se altera e é amiga de momentos íntimos de sussuros e segredos. A neve é uma constante em praticamente todo o filme, quase como uma personagem secundária, e o trabalhado fotográfico magnífico (é tambem de Eric Gautier a fotografia de Into The Wild). Trata-se de um puzzle de personagens e histórias que se vão encaixando, ao jeito de "Magnólia" de Paul Thomas Anderson, ainda que em termos de argumento nao sejam comparáveis.

sexta-feira, abril 04, 2008

MGMT "Oracular Spectacular" (2007)

Vêm de Brooklin, Nova Iorque, cenário de onde têm saido bandas como os Clap Your Hands Say Yeah, Au Revoir Simone, TV on The Radio, ou mais recentemente os Vampire Weekend. São os MGMT (deve ler-se Management) e têm um dos álbuns mais dançáveis e interessantes dos últimos tempos. O single já se vai ouvindo por aí: "Time To Pretend".

MGMT "Kids" Video

MGMT - "Electric Feel"

www.myspace.com/mgmt

segunda-feira, março 31, 2008

Weeds / Californication

Um regresso e uma estreia.

A partir de hoje a RTP 2 repete a partir das 00:30 a 1ª e 2ª temporada de Weeds, estreando, ao que tudo indica, na segunda-feira dia 14 a inédita 3ª temporada. Em vez de transmitir 2 episódios de 30 min de cada vez, a opção passa por estrear também nessa data a nova série Californication.
Californication é uma série protagonizada por David Duchovny, completamente diferente do assexual Mulder que conhecíamos de X-Files. Aqui, é Hank Moody, um escritor em crise existencial quer a nível profissional quer a nível familiar, mas com uma excitação sexual acima da média. Uma série arrojada e explícita, que pelos episódios que tenho acompanhado no canal FX, promete.

Quanto a Weeds, nada melhor que começar a semana com Mary Louise Parker e os seus olhos penetrantes.
Ambas as séries têm a chancela da Showtime: http://www.sho.com/

domingo, março 30, 2008

Os Fragmentos de Tracey, de Bruce McDonald (2007)

Fragmentos de Tracey é um filme sui generis. Como o próprio título indica, este é um filme de fragmentos, de pequenos pedaços da vida de Tracey, uma jovem outsider, com bastantes problemas familiares, problemas de integração na escola, que vive igualmente o drama de ter perdido (literalmente) de vista o irmão mais novo, enquanto tinha a sua primeira experiência sexual. Ellen Page (ainda antes de ser Juno, essa outra rapariga tipicamente outsider), é a protagonista desta experiência. Digo experiência, porque este é um filme experimentalista, que vive de avanços e recuos na história, de imagens paralelas, de sobreposição de sons e imagens, divindo-se o ecrã quase sempre em diversos quadradinhos com diferentes ângulos de cada momento ou diferentes formas que o espectador tem de percepcionar uma mesma situação. Mas com tanta fragmentação esquizofrénica, este é também um filme desiquilibrado. Privilegia-se a forma em prejuízo do contéudo. É pena, porque adivinhava-se uma grande obra, feito que passou em grande parte, ao lado. Ainda assim, tem o mérito de ter uma espantosa interpretação de Ellen Page e permitir também que o cinema enverede por caminhos menos convencionais, fugindo ao tão habitual e limitado estilo linear. Destaca-se ainda a música a cargo dos Broken Social Scene.
Curiosamente a Crítica também reagiu de forma bastante antagónica face a esta película. Por um lado temos o crítico João Lopes do DN a considerar que "se há filmes capazes de reflectir a fascinante encruzilhada do melhor cinema moderno, este é, seguramente, um desses filmes" ou Nuno Galopim (também do DN) que o considera "um filme simplesmente imperdível nos ecrãs portugueses", por outro lado o jornal Público atribui-lhe 1 única estrela. Fica à consideração de quem quiser ver e opinar.

http://www.thetraceyfragments.com/

sexta-feira, março 28, 2008

Portishead @ Coliseu Lisboa - 27/03/2008

O regresso dos Portishead a Portugal só poderia ser coisa memorável. Não digo que tenha sido o concerto de uma vida, porque apesar de fã não sou fanático, mas é claramente um dos concertos de uma vida. Mais do que registar os momentos com telemóveis, ou máquinas fotográficas, o essencial é viver os momentos, e saborear a voz sofrida de Beth Gibbons a poucos metros de nós. É um daqueles momentos únicos e dificilmente repetíveis. Após uma excelente prestação dos A Hawk and a Hacksaw (a merecer uma sala só para eles, de preferência a Aula Magna), os Portishead provaram que sabem ser excelentes profissionais, irrepreensíveis, aliando passado e presente de uma forma muito harmoniosa. O novo álbum, para quem já ouviu, é muito mais crú e ruidoso (também os Radiohead mudaram radicalmente e nem por isso ficaram piores), mas funciona muito bem ao vivo. Beth Gibbons, tímida e desengonçada salta para a plateia no final do concerto, para receber os merecidos beijos e abraços. Um concerto magistral. Voltem sempre!


Críticas:




quarta-feira, março 26, 2008

5º Indie Lisboa - 2008

A programação do festival Indie Lisboa foi finalmente anunciada. A mesma está disponível no site http://www.indielisboa.com/ embora ainda sem sinopses ou horários. Os bilhetes serão postos à venda a 1 de Abril, e o festival terá lugar de 24 de Abril a 4 de Maio no S. Jorge, Fórum Lisboa, Londres e Maria Mattos. A aposta este ano será numa programação mais abrangente de forma a conquistar novos públicos, apostando na consolidação do festival. Eu diria que há a preocupação acrescida de ter ainda mais público e assegurar a rentabilidade uma vez que este ano recebem mais apoios que nos outros anos. Desde que não se perca o espírito Indie ...



Algumas notícias sobre o assunto:
DN: Diversidade e descobertas no 5.º Indie Lisboa

JN: Quinto Indie Lisboamostra 238 filmes em quatro espaços

DD: IndieLisboa quer levar filmes às escolas através protocolo ME

CM: Soraia vira jurada

Portishead em Portugal

É hoje o regresso dos Portishead a Portugal, 10 anos depois do tal "concerto da vida" de tanta gente no Festival Sudoeste (eu não estava lá). O primeiro acto é hoje no Coliseu do Porto, seguindo-se amanhã o Coliseu dos Recreios em Lisboa. A primeira parte fica a cargo dos A Hawk and a Hacksaw, banda que já tive oportunidade de ver na Galeria ZDB há uns anos.
Sexta feira é lançado o novo álbum, justamente o "Third" álbum da banda, que por estas bandas já anda a ser digerido calmamente, mas que à partida demonstra uma clara ruptura com o ambiente trip hop dos álbuns anteriores, que já têm uma década.
Para salivar, aqui fica o primeiro single: "Machine Gun"

segunda-feira, março 24, 2008

Cinema Quarteto mais perto do fim

É oficial. O Cinema Quarteto já não vai abrir, a menos que alguém invista na sua recuperação. O principal problema é essencialmente encontrar um sentido para uma futura exploração do primeiro multiplex da cidade de Lisboa. Apostar em cinema comercial além de deturpar o princípio inicial deste cinema de vanguarda, não faria sentido porque jamais conseguiria concorrer com um mercado maioritariamente dominado pelos cinemas em centros comerciais. Uma aposta numa cinematografia alternativa e independente não gera propriamente lucro e viver apenas de subsídios estatais não pode ser, por si só, a única solução. A localização da sala de cinema não é também um ponto a seu favor, já que está inserido numa zona praticamente residencial e pouco apelativa.
Mas o cinema Quarteto poderia fazer a diferença, com uma programação alternativa, que poderia passar por receber algumas extensões de festivais (reposições de filmes do Indie Lisboa, Doc Lisboa, Fantasporto, Festa do Cinema Francês, Inatel...), a par de ciclos organizados em co-produção com institutos e faculdades (Instituto Franco-Português, Italiano... departamentos de cinema das Universidades) ou mesmo sinergias com instituições do Ministério da Cultura como por exemplo a Cinemateca. A par disso, seria fundamental uma exploração do bar, promovendo tertúlias, apostar em exposições associadas à programação, e apostar numa livraria e loja cinéfila (por exemplo transformar 1 das 3 salas num espaço do género).
Por fim, tornar mais atractivo o espaço envoltente, dotando a área de zonas comerciais (esplanadas, cafés) tornando a ligação entre a Avenida da República e a Avenida de Roma (por intermédio da Avenida dos EUA) mais harmoniosa, para que deixe apenas de ser um ponto de passagem. Seria também um favor que fariam às pessoas que ali vivem.

Seguem alguns links para as últimas notícias sobre o tema:

sexta-feira, março 21, 2008

Wide Awake, de Alan Berliner

Hoje, na RTP 2 às 23:30 (e amanhã à 1:35) passa o filme "Wide Awake" que esteve em cartaz no último Indie Lisboa e do qual falei aqui.
Sob a forma de documentário, esta é uma viagem vertiginosa ao mundo do sono, da insónia, da pressão do nascimento de um filho, sobre a confusão e o caos dos nossos sonhos...
Há alturas em que o nosso cérebro não nos dá descanso, principalmente durante os sonhos e só gostaríamos de o mandar calar.

quinta-feira, março 20, 2008

Of Montreal

Já os conheço há uns anos, mas nos últimos meses têm sido presença mais assídua em tudo o que é suporte musical para estes lados. Estes são dois excelentes exemplos:

Wraith Pinned to the Mist and Other Games (do álbum The Sunlandic Twins e da banda sonora da série Weeds)

Heimdalsgate Like A Promethean Curse (do álbum Hissing Fauna, Are You the Destroyer?)

domingo, março 16, 2008

O Voo do Balão Vermelho, de Hsiao-hsien Hou (2007)

"Le Voyage du ballon rouge" é uma homenagem do realizador taiwanês Hsiao-hsien Hou à curta metragem "O Balão Vermelho", de Albert Lamorisse (1956) - que me lembro vagamente de ver quando era pequeno, na RTP.Trata-se, portanto, de uma versão livre, protagonizada igualmente por um rapaz, acompanhado constantemente por um misterioso balão vermelho. Não há muito a dizer sobre o enredo deste filme, aliás a história não tem nada de excepcional. Trata-se de um rapaz que vive com a sua mãe (Juliette Binoche), marionetista que dá também voz aos bonecos dos espectáculos que escreve, e que, absorvida totalmente com o seu trabalho, contrata uma estudante de cinema taiwanesa para a ajudar com o filho. É essa mesma estudante que se interessa em filmar uma história (dentro desta história) sobre um menino e o seu balão vermelho. O filme vive muito de pequenos momentos, que são mais importantes que o enredo, que aqui é meramente acessório. São contemplações, observações, incidentes que geram reacções e explosões que pautam as cerca de 2 horas de filme. São pequenas estórias que norteiam a acção, não havendo pois, um principio, meio e fim ou um todo coerente. Um filme simples e interessante qb. que é também uma homenagem a Paris. Teria sido uma boa ideia repôr a curta original a anteceder o filme. A mesma está disponível no Youtube em quatro partes.
Também do mesmo realizador, está nas salas de cinema, em simultâneo, o filme "Três Tempos".

Curb Your Enthusiasm

O canal FX da Tv Cabo tem estado nos últimos meses a repôr a excelente série "Calma Larry", protagonizada por Larry David, co-autor de Seinfeld. Na RTP 2 já tinham passado as primeiras 4 temporadas, ou seja os primeiros 40 episódios, contudo em além da quinta temporada em 2005 (que supostamente seria a última), eis que uma sexta temporada foi produzida no final de 2007. Ora são esses 60 episódios que têm vindo a ser transmitidos, e a merecer que a RTP se lembre de comprar as últimas temporadas. Por cá, os dvd's, como o nome "A Louca Vida de Larry", não vingaram, e não passaram da edição das primeiras duas temporadas, a um preço pouco convidativo. Uma das séries mais geniais de sempre, exemplo do que mais politicamente incorrecto se faz na televisão americana.


The Soul of Lisbon

Em 2002 a revista National Geographic publicou um artigo sobre Lisboa que continha algumas fotos emblemáticas da Lisboa antiga (clicar para aumentar).


sábado, março 15, 2008

Patrick Watson @ Aula Magna, 13/03/2008

O americano Patrick Watson esteve na quinta-feira na Aula Magna para um concerto bastante simpático. Não sou grande conhecedor da obra de Patrick Watson, apenas comecei a ouvir há relativamente pouco tempo, mas cedo me deixei contagiar pelo seu universo. Como já aqui disse anteriormente, isto seria provavelmente o que Jeff Buckley estaria a fazer se fosse vivo...
Em concerto, a sonoridade é ligeiramente diferente dos álbuns, mais intimista e sussurrante, mas bastante adequada à sala de espectáculos em questão. De salientar a interacção constante com o público, sem o qual este concerto não seria tão bom. A dada altura Watson salta para o público com a sua banda, simbolizando a perfeita simbiose entre a sua música e o apreço do público (esse e outros momentos já estão registados no You Tube).

Fica aqui mais uma música retirada do último álbum "Close to Paradise" de 2006.
"Luscious Life"

sexta-feira, março 07, 2008

Incêndio no Chiado - 25/08/1988

Apareceu esta semana no Youtube, o registo da emissão da RTP aquando do terrível incêndio no Chiado a 25 de Agosto de 1988. Trata-se de um documento importantíssimo para a história desta cidade. Locais como a Casa Batalha, a Perfumaria da Moda, os Armazéns do Chiado, a discoteca Valentim de Carvalho ou o armazém Grandella foram completamente destruídos pelas chamas. 2 vidas se perderam, e foram 73 os feridos, entre os quais bombeiros.
Hoje em dia, com outros meios, seria muito fácil aos media fazer a cobertura total de um acontecimento do género. Naquela altura, esta emissão representou um certo arrojo e inovação na forma de fazer televisão. É, aliás, bastante curiosa a diferença entre a contenção e seriedade de quem estava em estúdio (hoje é impensável, os pivots têm sempre um tom alarmista), em contraponto a quem estava no local. Oportunidade também para ver jornalistas como Mario Crespo, Dina Aguiar, Laurinda Alves, Carlos Fino e Manolo Bello, entre outros, há 20 anos, e tão diferentes ...
O actual Chiado, que mateve a traça antiga, é de autoria do arquitecto Siza Vieira.
Seria bom ver a restante Baixa da Cidade revitalizada e renovada sem que fosse necessário outra catástrofe.

Vídeos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9

quarta-feira, março 05, 2008

Garage, de Lenny Abrahamson (2007)

Uma das primeiras surpresas do ano, é este filme irlandes. Trata-se da história de um homem extremamente solitário que trabalha numa bomba de gasolina numa qualquer terra provinciana da Irlanda. Josie, assim se chama o senhor, é aquela personagem que todas as aldeias têm, que toda a gente conhece e aceita com alguma condescendência e pena, um bobo da côrte. Josie é um homem simples, solitário, muito pouco ambicioso e de certa forma triste, mas ainda assim tem sempre uma palavra de optimismo e facilmente se conforma com a adversidade, embora também nada faça para mudar a sua situação. Josie tem momentos só seus, nos quais sente-se realmente feliz. Mas um dia, o carácter de Josie vai ser posto em causa, quando apanhado numa situação inconveniente, que o envergonha. Este é um filme que vive de muitos silêncios, de pensamentos inacabados e frases que ficam por dizer. Assistimos ao dia-a-dia entediante desta personagem, à sua interacção com outros elementos da sua comunidade, com o seu patrão, com as mulheres e homens da aldeia, e principalmente com um adolescente que é contratado para o ajudar na bomba de gasolina e o seu grupo de amigos. É a história de um homem banal, que apesar dos silêncios está a gritar por dentro, e acaba por ser traído pela sua própria inocência. Afinal, já não há espaço naquela aldeia para um tonto como Josie. O provincianismo pacóvio daquela aldeia acaba por ser uma das críticas mais subliminares desta obra.

The Kills, Midnight Boom

Está a chegar mais um novo álbum da dupla "The Kills". Álbum bem mais interessante que os anteriores registos, do qual se destacam "Cheap and Cheerful", "Tape Song" e claro está, o primeiro single "U.R.A. Fever". A banda vai estar na Casa da Música no Porto, a 12 de Abril.

The Kills: U.R.A. Fever

terça-feira, março 04, 2008

Juno, de Jason Reitman (2007)

"Juno" é o novo "Little Miss Sunshine" do cinema norte-americano. Nos últimos anos temos assistido a um aumento da produção de cinema dito independente nos EUA, embora esta não deixe de ser protagonizada normalmente por actores relativamente conhecidos. Não se trata de um tipo de cinema marginal de espirito Indie, mas ainda assim representa uma crescente tentativa da produção norte-americana filmar outras histórias, fugir ao mainstream (embora continue a piscar o olho a esse público) e diversificar a oferta. Também os Óscares, começam a olhar para este tipo de filmes. A boleia das suas nomeações (o filme entretanto venceu na categoria de Melhor Argumento Original) atraiu muita gente ao cinema, principalmente nos EUA, tornando-o um sucesso de bilheteira aparentemente inesperado.
"Juno" tem todos aqueles ingredientes típicos do tal dito cinema "alternativo" americano, desde as grandes revelações na interpretação até aqueles actores secundários que nunca ninguém repara mas que nestes filmes são sempre aclamados. Tem uma excelente banda sonora, a apelar aos ouvidos mais alternativos (Belle and Sebastian, The Kinks, Sonic Youth...) e personagens disfuncionais, atípicas, outsiders. E tem também o dom de contar uma história séria com bastante humor e de forma ligeira, o que também é típico deste género de filme. Os diálogos, apesar de simpáticos e engraçados, revelam também a tentativa excessiva de debitar pérolas que fiquem na memória. A fórmula, pois, já estava inventada.

Juno é uma adolescente que engravida do seu apático e geek amigo Bleeker e opta por não fazer um aborto mas sim recorrer à adopção. Para tal escolhe o casal de yuppies que lhe parece ideal, tentando assegurar que aquela criança terá o que neste momento não está preparada para lhe dar. Juno não é uma adolescente típica, não é apática, tem sempre algo a dizer e recorre regularmente ao sarcasmo e à sinceridade espontânea. É com essas caracteríticas que Juno invade as vidas de quem com ela contacta, e como seria de esperar, este não é um filme sobre uma gravidez indesejada, é um filme sobre afectos, relações humanas, que mais uma vez nos revela uma geração (na casa dos 15) que tem tanta coisa para se entreter mas está sempre entediada, mas que foca igualmente a geração seguinte (na casa dos 30) que nunca é aquilo que um dia quis ser, ou mesmo a geração dos pais, que normamente está tão desfasada em relação à dos filhos.
Apesar de não ser um filme muito original, vale a pena descobrir o universo de Juno. Há no entanto que encontrar um melhor caminho para o chamado "Novo Cinema Americano", uma vez que este género que aqui vemos já tem vindo a ser amplamente explorado (geralmente bem) nas séries de televisão.

segunda-feira, março 03, 2008

The Darjeeling Limited, de Wes Anderson (2007)

O que dizer de The Darjeeling Limited? Algumas semanas passaram desde o visionamento deste filme, mas a dificuldade em falar do mesmo mantém-se. Talvez porque foi a primeira obra de Wes Anderson a que assisti, e a ausência de referências relativamente aos seus restantes filmes não me deixa estabelecer as habituais comparações. Estamos face à original história de três irmãos que não se falam há 3 anos e que embarcam numa viagem de comboio até à India, viagem essa que é literalmente uma viagem de redenção e reflexão, de exorcismo de fantasmas, arrisco mesmo dizer, serve quase como purgatório das suas almas deambulantes e sem destino. Nada melhor, portanto, que partir de comboio (que belo veículo para este tipo de exercícios reflexivos) para uma cultura totalmente diferente da nossa. São 3 irmãos amigos, mas que podiam não ser, questionam mesmo a própria confiança que têm entre si. São vencidos da vida, personagens perdidas e apáticas que procuram algo, mas não sabem bem o quê, provavelmente adquirir a capacidade de se relacionar, comunicar e confiar nos outros. É também uma viagem que serve para se despedirem do pai, já falecido, e que está sempre presente porque eram suas as malas que os filhos carregam consigo, mas das quais abdicam lá mais para o fim do filme. Queriam também encontrar a mãe, algures por aquelas bandas em missões de voluntariado, mas que não quer ser encontrada. A história foi escrita pelo próprio Wes Anderson, juntamente como Roman Coppola e Jason Schwartzman. Este último juntamente com Owen Wilson e Adrien Brody formam o triangulo protagonista do filme.

Destaque ainda para a curta metragem que antecedeu a pelicula "Hotel Chevalier", e que serve como uma espécie de introdução ao filme, embora dele possa ser independente. A curta é protagonizada pela personagem de Jason Schwartzman e por Natalie Portman, e tem como cenário de fundo um apartamento em Paris. Os diálogos são parcos, pouco ou nada sabemos daquelas personagens, apenas reparamos que algo está para começar, ou acabar. Funciona muito bem como prólogo. Por último, a banda sonora. Este é daqueles filmes que dificilmente conseguimos dissociar da música. Esta oscila entre temas musicais de clássicos do cinema indiano e, entre outros, os The Kinks. E no final, os "Champs Elysees" de Joe Dassin até parece a música das nossas vidas! Um filme bastante agradável aos ouvidos, aos olhos e com um pouco de sorte até conseguimos sentir o cheiro a caril!

www.castellolopesmultimedia.com/darjeelinglimited
www.foxsearchlight.com/thedarjeelinglimited

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

A Hawk and the Hacksaw, em Portugal

Na primeira parte de Portishead nos Coliseus do Porto e Lisboa, 26 e 27 de Março

Conheci os A Hawk and the Hacksaw ao acaso, como relatei em tempos aqui. Foi um acaso feliz. Por isso, foi com encorme satisfação que recebi a notícia do seu regresso a Portugal, ainda por cima na primeira parte desse tão esperado concerto de Portishead. Excelente dupla.
Com uma sonoridade que nos remete para os sons da Europa de Leste e Balcãs, algures entre Gregor Bregovic (autor das bandas sonoras dos filmes de Emir Kusturica) e Beirut, esta banda distingue-se também pela recriação em palco de várias sonoridades distintas tocadas por um verdadeiro homem dos sete (ou mais) instrumentos e uma violinista. A propósito da ida dos Beirut ao festival de Músicas do Mundo em Sines, eis mais um exemplo do que poderia passar por lá.

A Hawk & A Hacksaw + The Hun Hangár Ensemble - Serbian Cocek



http://www.ahawkandahacksaw.co.uk/
http://www.myspace.com/ahawkandahacksaw

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Sixes and Sevens, Adam Green (2008)

Depois de Jacket Full of Danger em 2006, está de volta Adam Green com o novo álbum "Sixes and Sevens" a sair a 18/03. Mais uma vez a ironia deste homem é contangiante, as melodias deliciosas, e o humor corrosivo uma constante. Nascido em 1981, este jovem americano transpira talento e já vai no quinto álbum em apenas 7 anos.
Com esta enchurrada de concertos na área indie pop, rock e folk, pode ser que o senhor dê cá um salto.

Primeiro single: Morning After Midnight

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Colecção Cahiers du Cinéma Grandes Realizadores

Desde 15 de Fevereiro, às sextas-feiras, o Jornal Público tem vindo a publicar livros sobre a vida e obra de conceituados realizadores, com o carimbo Cahiers du Cinema. Ao todo são 25 volumes, acompanhados pela oferta de um dvd com uma obra do realizador em destaque. Preço 9.95€.

Mais detalhes aqui.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Cheias em Lisboa, 1945

A propósito da recusa de empréstimo de 500 milhões de euros à CML para pagamento de dívidas aos fornecedores, no programa "Antena Aberta" da RTPN, hoje à tarde, um espectactor dizia que estes "gatunos deviam ser todos presos", e que a cidade está "num estado que não estava no tempo de Salazar". Pensava eu que havia coisas que com o tempo passavam...
Mas a julgar pelas cheias de Segunda-feira, provocadas pelo aumento atípico da pluviosidade e pelo deficiente sistema de drenagem de Lisboa e arredores, é caso para dizer que há coisas que não mudam mesmo, nem com um Salazar, dois Salazares, ou mesmo nenhum. Afinal... tudo na mesma!

Lisboa, Avenidas Novas, por Judah Benoliel, 1945

Lisboa, Rua de S. Paulo (Cais do Sodré), por Judah Benoliel, 1945

in Arquivo Municipal de Lisboa

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Spoon e The Raveonettes em Lisboa

Esta semana mais 2 concertos dignos de registo, em Lisboa... num ano que está a ser e promete continuar a ser muito proveitoso nessa área. Infelizmente nem sempre o conteúdo da carteira é proporcional a esta abundância musical. Resta-nos o YouTube e o mp3.

Spoon - The Underdog


The Raveonettes - Dead Sound


domingo, fevereiro 17, 2008

Sweeney Todd, de Tim Burton (2007)

É certo que tem estreado em média um novo filme de Tim Burton de dois em dois anos nas salas de cinema, mas a verdade é que há muito tempo que me tinha afastado da cinematografia deste realizador, principalmente quando começou a enveredar por incursões cada vez mais mainstream, como por exemplo Batman. É também certo que me dizem que é o melhor Batman de todos, e até acredito, mas não foi o suficiente para continuar a acompanhar a carreira do realizador. Portanto, desde filmes como "Eduardo Mãos de Tesoura", "Beetlejuice - Os Fantasmas Divertem-se", e "Ed Wood", que não punha a vista em cima num filme de Burton. Falha minha não ter visto ainda "O Estranho Mundo de Jack", mas está devidamente registado. Mas quanto a Sweeney Todd, ainda que esteticamente interessante e com uma interpretação notável de Johnny Depp, não consegue entusiasmar-me e ajudar-me a aguentar sem impaciência as quase duas horas de filme. É certo que este não é um conto de fadas típico dos filmes de Burton, trata-se da adaptação de um musical teatral sobre um sangrento e vingativo barbeiro, ambiente que norteava o tom da história e deixava-nos adivinhar os contornos mais sombrios do filme. Quanto a esse pormenor, nada a apontar. Mas o filme é também todo ele um musical, o que também não ajuda. Há excesso de música, e acima de tudo há mais teatro que cinema. Os espaços onde se desenrola a acção são escassos, as personagens acabam todas por vir até ao "palco" desempenhar o seu papel, deixando pouca margem de manobra em termos criativos à imaginação e à dimensão onírica patente nos filmes de Burton. A própria narrativa pouco avança e o que sabemos das personagens não passa da superficialidade, o que advém certamente do excessivo tempo dedicado aos números musicais. É caso para dizer que teria sido preferível gravar a peça teatral do que fazer um filme de propósito sobre o tema. Ainda assim há momentos de humor interessantes, e uma fina ironia presente nas personagens de Depp e de Sacha Baron Cohen, no papel de barbeiro italiano, que salvam o filme.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Panorama 2008: 2ª Mostra do Documentário Português

15 a 24 de Fevereiro 2008 no Cinema São Jorge
10 dias 37 sessões 81 filmes 9 debates

Regressa esta semana ao cinema S. Jorge a mostra de cinema documental português PANORAMA. Oportunidade para ver ou rever o que melhor se tem feito nesta área, em Portugal. Dos que já vi, destaco "Lisboa Dentro", "Arquitectura de Peso" e "Um Pouco mais Pequeno que o Indiana". Curiosidade em ver "Balaou", "Nubai – O RAP Negro de Lisboa" e "Movimentos Perpétuos ".

Programação e Sinopses

Carris: um pouco de História

Este site tem qualquer coisa de equizofrénico, mas uma esquizofrenia boa, se é que se pode falar dessa forma... Provavelmente resultou de algum estudo realizado pelo autor, para o IST, mas de facto, é obra! Não é todos os dias que alguém se dá ao trabalho de detalhar todas (mas todas...) as alterações que os autocarros da Carris tiveram ao longo dos anos, com pormenores de uma minúcia impressionante. Outra área do site é a história, propriamente dita, dos autocarros e eléctricos da Carris. Mais uma vez a exaustão do pormenor é genial, e os comentários à parte bastante críticos.
Destaque-se a colecção dos mais variados guias e folhetos, digitalizados, e que fazem parte da colecção pessoal do autor. Também aí encontramos verdadeiras obras-primas da memória e da História, não só da instituição analisada, como também da cidade de Lisboa e a sua evolução durante os últimos 100 anos.
O site só merecia que alguém com melhores conhecimentos de linguagem web o transformasse num site mais apelativo visualmente e também que lhe fosse dado um nome e endereço mais interessantes. É um pedaço da história da cidade valiosíssimo, que por enquanto anda escondido na net e que nem a própria Carris se deu ao trabalho de ter algo do género.