segunda-feira, março 03, 2008

The Darjeeling Limited, de Wes Anderson (2007)

O que dizer de The Darjeeling Limited? Algumas semanas passaram desde o visionamento deste filme, mas a dificuldade em falar do mesmo mantém-se. Talvez porque foi a primeira obra de Wes Anderson a que assisti, e a ausência de referências relativamente aos seus restantes filmes não me deixa estabelecer as habituais comparações. Estamos face à original história de três irmãos que não se falam há 3 anos e que embarcam numa viagem de comboio até à India, viagem essa que é literalmente uma viagem de redenção e reflexão, de exorcismo de fantasmas, arrisco mesmo dizer, serve quase como purgatório das suas almas deambulantes e sem destino. Nada melhor, portanto, que partir de comboio (que belo veículo para este tipo de exercícios reflexivos) para uma cultura totalmente diferente da nossa. São 3 irmãos amigos, mas que podiam não ser, questionam mesmo a própria confiança que têm entre si. São vencidos da vida, personagens perdidas e apáticas que procuram algo, mas não sabem bem o quê, provavelmente adquirir a capacidade de se relacionar, comunicar e confiar nos outros. É também uma viagem que serve para se despedirem do pai, já falecido, e que está sempre presente porque eram suas as malas que os filhos carregam consigo, mas das quais abdicam lá mais para o fim do filme. Queriam também encontrar a mãe, algures por aquelas bandas em missões de voluntariado, mas que não quer ser encontrada. A história foi escrita pelo próprio Wes Anderson, juntamente como Roman Coppola e Jason Schwartzman. Este último juntamente com Owen Wilson e Adrien Brody formam o triangulo protagonista do filme.

Destaque ainda para a curta metragem que antecedeu a pelicula "Hotel Chevalier", e que serve como uma espécie de introdução ao filme, embora dele possa ser independente. A curta é protagonizada pela personagem de Jason Schwartzman e por Natalie Portman, e tem como cenário de fundo um apartamento em Paris. Os diálogos são parcos, pouco ou nada sabemos daquelas personagens, apenas reparamos que algo está para começar, ou acabar. Funciona muito bem como prólogo. Por último, a banda sonora. Este é daqueles filmes que dificilmente conseguimos dissociar da música. Esta oscila entre temas musicais de clássicos do cinema indiano e, entre outros, os The Kinks. E no final, os "Champs Elysees" de Joe Dassin até parece a música das nossas vidas! Um filme bastante agradável aos ouvidos, aos olhos e com um pouco de sorte até conseguimos sentir o cheiro a caril!

www.castellolopesmultimedia.com/darjeelinglimited
www.foxsearchlight.com/thedarjeelinglimited

Sem comentários: