sábado, junho 21, 2008

Irina Palm, de Sam Garbarski (2007)

À primeira vista esta poderia ser a história de um telefilme género Casos da Vida, senão vejamos a sinopse do filme: "Maggie é uma mulher de meia-idade que tem de arranjar dinheiro para pagar a operação que vai salvar a vida ao seu neto. Sem recursos financeiros alguns, tenta o seu melhor para não deixar que o filho, Tom, e a nora, Sarah, desesperem". Mas a verdade é que este filme é muito mais que uma simples historieta de puxar a lágrima. Aliás, pouco tem a ver com tal cenário. Irina Palm, nome de código de uma mulher - interpretada por Marianne Faithful - cujas necessidades financeiras supracitadas impõem uma mudança radical na sua vida. Habituada a viver numa pequena comunidade, de vida pacata e segura, Maggie vai ao engano e pensando ter arranjado um emprego nas limpezas, descobre que afinal será "masturbadora" num peep show. Com uma sala só para si, a sua única tarefa é aliviar a tensão de alguns, os quais não vê o rosto, dado que estes apenas "entram" na sala através de um pequeno orificio. A pouco e pouco torna-se célebre, digna do já referido nome de código, procurada por cada vez mais clientes e desejada pela concorrência. Maggie acaba também por ter de lidar com a vergonha que o seu filho tem por si quando descobre a situação, ou a atracção que entretanto começa a nutrir pelo seu mafioso chefe. Trata-se de uma história invulgar, mas que no entanto acaba por servir de pretexto para se abordarem questões como o emprego na velhice, o amor depois dos 60 ou os vicios privados de pequenas comunidades hipócritas e ultra conservadoras. Marianne Faithfull tem aqui uma prestação notável, o que de melhor tem este filme mediano.


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