sábado, abril 29, 2006

Finalmente! Belle And Sebastian em Portugal
17 de Julho, Coliseu de Lisboa
29 euros

quinta-feira, abril 27, 2006

"Mutual Appreciation", de Andrew Bujalski

Estamos perante um filme puramente independente, isto é, filmado com poucos meios, assuntos abordados sob pontos de vista não convencionais, planos fixos e artesanais, elenco reduzido e familiar. Realizado por Andrew Bujalski, naquela que é a sua segunda incursão por estas lides, Mutual Appreciation acompanha a vida de 3 personagens que ainda estão à procura do seu lugar no mundo. Filmado com planos muito aproximados e fixos, a preto e branco e constituído essencialmente por diálogos sobre o sentido da vida, a viagem que fazemos por estas vidas revela-se algo monótona e pouco convincente. As personagens são típicos meninos endinheirados que fingem ser independentes e auto-suficientes, vivendo um dia-a-dia ilusoriamente alternativo e rebelde, e que resolvem debitar perante a câmara um conjunto de divagações e preocupações que se traduzem em muito pouco conteúdo. O próprio uso do preto e branco parece uma tentativa do realizador fazer algo com um certo ar intelectual, ou aspirando a tal. Apesar de tudo o filme não cai totalmente na banalidade e embora as personagens não nos consigam cativar plenamente, o filme tem alguma classe e em nada tem a ver com qualquer comédia romântica teen tipicamente americana.
O realizador, Andrew Bujalski, que também é actor no filme, estava presente na sessão, que se realizou no Cinema King, numa sessão do Indie Lisboa, conseguindo a proeza de ser a personagem mais irritante da sua própria obra.

terça-feira, abril 25, 2006

"The Devil and Daniel Johnston", de Jeff Feuerzeig

Daniel Johnston é um louco. Dan Johnston é um génio. Este é o mote do documentário em torno de umas das figuras mais carismáticas da cena musical do rock-folk americano. A história desta personagem é apresentada através de um inteligente intercalar de entrevistas e testemunhos de pessoas que estiveram presentes na vida de Daniel, articulados com registos em áudio e vídeo realizados pelo próprio e que conferem ao filme um registo dinâmico e extremamente realístico (um pouco ao jeito de "Tarnation"). O filme inicia-se nos anos 70. Daniel, ainda um jovem, dava sinais da sua genialidade através da escrita e interpretação de músicas baseadas na sua história pessoal, e vídeos caseiros nos quais recriava diversas personagens do seu quotidiano e universo, entre as quais a sua própria mãe. Os anos 80/90, época de maior expressividade da sua obra, é também a altura em que a doença bipolar de que padece mais se evidencia. Nos dias de hoje, quando Daniel está na casa dos 40, leva uma vida regada de medicação e cuidados, mas continua a ter oportunidade de criar.
Durante duas horas são documentados vários episódios da atribulada "carreira"/"vida" deste talentoso músico (e original cartoonista), e do culto gerado em torno desta figura por uma comunidade alternativa que o idolatrava e acarinhava. As suas actuações revelavam o quão perturbado, maníaco e alucinado conseguia ser. A partir de determinada altura - que culmina no seu internamento - Daniel, que teve uma educação extremamente religiosa, começa a levar à letra e a adulterar o sentido das Escrituras, pondo algumas delas em prática...
Ao longo dos anos as suas letras e melodias, íntimas, profundas, apaixonadas, foram sendo utilizadas por artistas como Mercury Rev, Flaming Lips, Tom Waits, Beck ... o que contribuiu para que o seu trabalho se tornasse conhecido por um maior número de pessoas.
Este filme, vencedor do prémio do púbico para melhor documentário no festival de Sundance 2005 (e melhor realizador), é um verdadeiro exemplo de como a genialidade e a loucura estão de mãos dadas. Encontra-se para consumo obrigatório no festival Indie Lisboa e brevemente em estreia comercial.

segunda-feira, abril 24, 2006

Blitz: 1984-2006

O Blitz (jornal) vai dar lugar à Blitz (revista) num verdadeiro exercício de transformismo. Hoje foi a última edição.

Me And You And Everyone We Know, de Miranda July

Este é um daqueles filmes que a comunidade cinéfila em Portugal questiona há muito tempo porque é que nunca estreou em Portugal. No filme é usada a técnica habitualmente utilizada na produção independente americana de narrar várias estórias que a dada altura se entrelaçam, ao jeito de "Happiness", abordando com grande sensibilidade alguns dos temas típicos do cinema independente. Cada cena do filme revela-se interessante e em algumas situações hilariante, contudo o filme peca por não ter uma história estrutural convincente (a que é vivida pela personagem de Miranda July, a realizadora). O filme vive de bons momentos, mas em termos globais não é muito consistente, não permitindo ao espectador envolver-se no filme e com as personagens. Contudo é possível tirar bom partido de pequenas cenas, simples, bem pensadas e eficientemente construídas. O filme constitui-se como um exemplo bem sucedido de como é possível construir narrativas a partir da banalidade que é a nossa vida, sem ter de recorrer a grandes floreados ou cair em clichés. Durante cerca de hora e meia são vários os temas abordados de forma simples, cómica e sensível: a inocência perdida das crianças; a busca da inocência perdida, pelos adultos; a procura do verdadeiro amor em todas as idades; a difícil partilha da intimidade... Especial destaque para o elenco infantil, sem dúvida o melhor do filme e que é responsável pelas gargalhadas que deverão ter sido ouvidas no Magnólia Café, ali mesmo ao lado do cinema Londres, onde decorreu a sessão, no âmbito do Festival Indie Lisboa.

domingo, abril 23, 2006

Le Temps Qui Rest, de François Ozon

Depois de "5X2", que retractava o percurso da relação entre um homem e uma mulher durante 5 etapas da sua vida, François Ozon ("Swimming pool" e "8 Mulheres"), cineasta francês cujo nome está associado inevitavelmente ao que de melhor se tem feito no cinema francês nos últimos 10 anos, apresenta-nos o seu mais recente filme, "Le Temps Qui Rest".Segundo o realizador, trata-se do segundo filme de uma trilogia sobre a morte, que se iniciou com "Sob a Areia".Neste filme, o actor Melvil Poupaud (que esteve presente na ante-estreia do filme no âmbito do festival Indie-Lisboa, no Fórum Lisboa), retrata um jovem de 31 anos a quem é diagnosticada uma doença terminal. O filme aborda a forma como o jovem Romain lida com a situação, desde a pura negação da sua condição até à resignação e aceitação do seu destino. O filme ancora-se essencialmente na espantosa e eficiente interpretação do actor principal, cuja personagem revela um carácter egoísta, arrogante, de perfil individualista, mas que não deixa, contudo, de demonstrar o seu lado mais frágil e sentimental despedindo-se a pouco e pouco e à sua maneira dos seus entes mais próximos e também de si próprio. Apesar da temática, o filme não cai em sentimentalismos, melodramas e choro fácil. Melvil Poupaud aquando da sua intervenção no Fórum Lisboa pediu que "tenham uma boa sessão, mas desculpem porque vão ficar deprimidos". Curiosamente no fim do filme senti-me bem e em paz interior.

sexta-feira, abril 14, 2006

E que a morte esteja convosco...

Saudações fúnebres a todos!
Na segunda feira dia 17 de Abril a RTP2 transmite às 22h30m (e às 01h30m) um programa especial sobre a 5ª série de Six Feet Under.
Segundo o site da RTP, trata-se de "um excelente "making of" da série de culto "Sete Palmos de Terra". Todos os processos que envolveram a rodagem e produção desta aclamada série, incluindo entrevistas aos actores e realizador." Todos nós sabemos como esta gente exagera, mas vale a pena ver...
Ás 23h45m um especial de 2 horas com a transmissão dos 2 últimos episódios da 4ª temporada. Dia 24, véspera da revolução, a estreia da 5ª série às 22h30m. O acontecimento do ano!
No primento episódio "Ruth está apreensiva com o regresso de George do hospital. Nate e Brenda preparam-se para o seu grande dia. Mas um triste acontecimento os fará reconsiderar. Enquanto isso, David e Keith discutem alternativas para se tornarem pais."
As minhas condolências...