Little Children

Pecados Intimos, tradução que nada faz jus ao filme em questão (sim de facto são pecados, sim, de facto são intimos, mas porquê criar titulos tão óbvios?!...) é um dos mais recentes filmes da chamada produção independente norte-americana. Realizado e escrito por Todd Field (que curiosamente é actor em algumas conhecidas séries de TV), baseia-se num romance intitulado "Little Children" retratando a vida de um bairro suburbano, nomeadamente a forma como uma pequena comunidade lida com a presença de um pedófilo acabado de sair da prisão, mas centrando-se na história de duas grandes "pequenas" crianças que estão num estado de anomia e apatia avançados. Kate Winslet e Patrick Wilson são dois donos de casa desesperados... ela mulher ressabiada, infeliz, com um marido viciado em sexo on-line; ele homem que toma conta da casa e do filho, com uma mulher alheia, está desempregado e não consegue passar no teste da Ordem dos Advogados. Ambos não cresceram, e a prova é que são incapazes de arriscar, de assumir e de se impor. Ainda assim, a parte final do filme pode ser vista como uma redenção para as personagens, que acabam, por força de circustâncias, crescer à força (fica em aberto se finalmente largaram os baloiços da infância). O filme pouco acrescenta em termos de novidade movendo-se naquele que é um universo que tem sido amplamente divulgado por este tipo de produção, e de certa forma deixa uma certo sabor a ideia boa mas pouco aproveitada. Destaque para a narração em voz off, que confere alguma credibilidade à história. Uma ressalva também para o exagero hollywoodesco em torno da interpretação de Kate Winslet, uma bela e competente actriz, mas que, por favor, não continuem a tentar encaixar nessa máquina de premiar chouriços que são os Óscar.
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