domingo, dezembro 17, 2006

"5:55"
Charlotte Gainsbourg


A Stephanie do filme "A ciência dos Sonhos" (Michel Gondry) lançou um álbum.
Com letras de Jarvis Cocker (Pulp), Neill Hannon (Divine Comedy) e música dos Air.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Boa acção do dia ou um grande momento ecológico

quarta-feira, dezembro 13, 2006

E por falar em Paris...
São dois os filmes, que estão nas salas de cinema, que falam de Paris, passam-se em Paris, ou simplesmente rodeiam-se de Paris.
"Paris Je t'Aime" é um conjunto de 18 mini histórias passadas na cidade (em 18 bairros parisienses), protagonizados na sua maioria por actores conhecidos e realizadores reconhecidos. Na sua globalidade, do filme extrai-se pouco sumo, não há uma coerência ou fio condutor que nos permita olhar para ele como uma soma das partes, e parece que esse era o objectivo, na medida em que o final do filme tenta unir (um pouco à força, diga-se) vários pontos dos vários contos. No entanto, há capitulos bastante interessantes, ainda que demasiado curtos (cada um tem cerca de 8 minutos), o que por um lado deixa uma sensação de insatisfação quando a história é boa, ou alivio quando não o é. Destaque para a curta dos irmãos Cohen, "Tuileries”, protagonizada por Steve Buscemi (o Tony B dos Sopranos), "Quais de Seine”, de Gurinder Chadha que aborda o tema do uso do hijab pelos jovens árabes, “Tour Eiffel”, de Sylvain Chomet sobre a história de dois mimos que se conheceram na prisão e tiveram um filho, e "14ème arrondissement”, de Alexander Payne que relata as férias em Paris de uma senhora que não fala uma palavra em francês.

"Dans Paris" é o novo filme de Christophe Honoré que anteriormente nos tinha brindado com essa pérola de mau gosto que era "Má Mère" com Lois Garrel e Isabelle Huppert. Neste filme, o jovem Louis Garrel junta-se a Romain Duris. Completamente diferente do seu antecessor, Em Paris mantém alguma superficialidade do seu antecessor, acrescenta alguns pós de Nouvelle Vague, e a história é igualmente confusa, mas revela-se muito mais interessante, salientando-se as suas interpretações notáveis. Destaque para Louis Garrel (que já conhecemos também de "The Dreamers") cuja personagem emana uma boa disposição contagiante e uma juventude invejável mantendo o seu tipico tom irónico mas ao contrário do habitual abandonando o tom introspectivo a favor da comicidade. Para o actor ficou reservado o pólo positivo, bem disposto e divertido do filme, em contraponto com o do seu irmão deprimido e infeliz interpretado pelo eterno residente espanhol Romain Duris. Não é fácil entrar na dinâmica do filme, mas a dada altura estamos presos a essa teia que enlaça a história com momentos em que há outros filmes dentro do filme, há narradores participantes, há monólogos, pensamentos e muita música. É um filme pretencioso mas bem intencionado.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

The Gift no CCB
10-12-2006

Em 1998 o single "Ok Do You Want Something Simple" tocava nas discotecas, mas não era um sucesso. A irritante balada "Borrow" dos igualmente irritantes Silence 4 era o sucesso musical do momento no panorama musical português. Não que o single dos The Gift fosse excelente, mas naquela altura significava um abrir de portas para um album que respirava sonoridades que habitualmente não se ouviam por cá. Embora tenha uma relação estranha com este grupo, tem me acompanhado ao longo dos anos. As músicas são tão envolventes que ao fim de algum tempo conseguem sufocar a ponto de passar meses sem os poder ouvir. Foi após um período sabático de Gift que resolvi assistir ao concerto de domingo, 10 de Dezembro no CCB mesmo sem ter ouvido o último álbum. É de louvar que após 8 anos do lançamento do seu primeiro albúm comercialmente editado, esta self made band se mantenha ainda na ribalta a aparentemente com cada vez maior adesão. Os Gift reinventam-se e é nessa logica que o último álbum lançado mais não é que um best of ao vivo cujas músicas se revestem de novas roupagens. Mas essencialmente sempre achei que a banda se dá muito bem em palco e o referido concerto não foi excepção. Dividido em duas partes, uma mais calma, a outra electrizante, o concerto finalizou com uma grande versão de Absolute Beginners de David Bowie (que curiosamente encerrou a Vynil Tour no Coliseu em 1999, concerto no qual estive presente), porque eles afinal, estão apenas a começar...

domingo, dezembro 10, 2006

Volver, de Pedro Almodovar

"Voltar" é o que se pode considerar um mediano filme de Almodovar. Depois dos tão aclamados "Tudo sobre a minha Mãe" e "Fala com Ela" (que para muitos é considerado a obra prima do realizador), "Voltar" prossegue o ambiente mais negro re-iniciado com "Má Educação". Se no filme anterior a religião, a intriga, o mistério e a mentira eram os temas dominantes, desta vez, além da mentira e da religião, o misticismo e o espiritismo norteiam a narrativa que envolve o universo feminino tão próximo do realizador e que o reaproxima da sua terra natal e da sua mãe. Não é relevante que a história do filme não seja brilhante, porque as interpretações das actrizes falam por si (ganharam o Premio de Melhor Interpretação Feminina no Festival de Cannes). Para descobrir um Almodovar menos tenso mas igualmente intenso.