segunda-feira, dezembro 31, 2007

Bee Movie (2007)

Deslocar-me ao cinema para ver um filme de animação não é habitual, mas quando se tem o Medeia Card e o Jerry Seinfeld está envolvido no filme, a coisa muda de figura. Bee Movie parte de uma piada de Seinfeld sobre uma possivel revolta das abelhas se soubessem o que nós fazemos com o seu mel. O filme obedece a todas as regras dos filmes de animação americanos, apelando tanto às crianças como aos adultos, existindo piadas e referências que claramente só os adultos perceberão. Trata-se de um humor abrangente, como convém neste tipo de filmes, e até é, em grande medida, engraçado. O filme tem de facto piada, dentro do género, mas possivelmente o que o salva é mesmo a co-autoria de Seinfeld, e a voz que emprestou à personagem principal, a abelha Barry. Felizmente o filme não se alonga por mais de hora e tal, porque se o fizesse correria seriamente o risco de perder toda a piada. E apesar das potencialidades da animação por computador, confesso que prefiro desenhos animados à maneira antiga. Para quê tentar que a animação se pareça com a realidade?
Até para o ano!

domingo, dezembro 30, 2007

Radiohead, Jigsaw Falling Into Place

Antes que arrumem as coisinhas para viajar para algum lado, antes de fazer balanços do ano que finda e promessas para o que começa, antes de abrir o tradicional espumante, tempo há para ouvir o primeiro videoclip do novo álbum dos Radiohead, In Rainbows: "Jigsaw Falling Into Place" (nem que seja a última coisa que façam este ano).

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Colheita de Filmes 2007

Cinema King, de 27/12/2007 a 9/01/2008: 3.50€

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Natal em Lisboa

Natal em Lisboa, anos 50

Baixa de Lisboa, Natal 1957, por Judah Benoliel

Avenida Guerra Junqueiro, Natal 1959, por Armando Serôdio

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Put the Lights on the Tree, Sufjan Stevens

A semana tem sido terrível, a chuva não para, o Natal não há meio de passar, e este ano que nunca mais muda de algarismo! Proponho que a partir de agora o Natal seja apenas comemorado a 29 de Fevereiro, ou seja, de 4 em 4 anos.


Sufjan Stevens - Put The Lights On The Tree

Put the lights on the tree
(Put them on the tree)

Put the ribbon on the wreath
(Put it on the wreath)

Call your grandma on the phone
(Call her on the phone)

If she's living all alone
(If she's all alone)

Tell her Jesus Christ is here
(Tell her He is here)

Tell her she has none to fear
(There is none to fear)

If she's crying on the phone
(Crying on the phone)

Tell her you are coming home
(You are coming home)

La la la la la la la

terça-feira, dezembro 18, 2007

Paranoid Park, de Gus Van Sant (2007)

Nova incursão de Gus Van Sant pelo universo ambivalente da adolescência. Desta vez, é-nos contada a história de um jovem americano, skater, que acidentalmente mata um homem nas imediações de uma área perigosa de Portland, chamada Paranoid Park, uma espécie de zona nobre e vip para os praticantes de skate. Esse é o mote para que o realizador filme mais uma vez o desencanto da vida nos jovens americanos, a apatia perante o que os rodeia, o total alheamento face às questões políticas e sociais do país e do mundo, mas também o desespero e a angústia interiores, o viver em silêncio um acontecimento tão grave. Através do recurso a planos fixos e de câmara lenta (fotografia de Christopher Doyle, colaborador habitual de Wong Kar-wai), em detrimento de um enredo mais elaborado, Gus Van Sant aproxima-se mais do espectador, porque nos deixa também em suspenso, e dá-nos igualmente tempo para contemplar a obra, mas também para reflectir sobre a nossa própria existência. Para lidar com os seus fantasmas, nada melhor que escrever sobre eles, e melhor ainda queimá-los no fim. A verdade foi escrita, foi assumida e consciencializada por ele, apenas não foi revelada a outrem. Mas o exercício de purgação da alma foi feito. Do ponto de vista do espectador, a cena em que o jovem queima o que escreveu é de facto marcante, para tal ajudando a música de Elliot Smith. Paranoid Park é um filme que transpira sensações, e cabe a nós captá-las uma a uma. É entre silêncios que muitas vezes, coisas importantes são transmitidas.

domingo, dezembro 16, 2007

Don't Shoot Me Santa, The Killers

Os Killers lançaram o single "Don't Shoot Me Santa", a propósito do Natal, e com o objectivo de angariar fundos para o combate da probreza em África. Muito original!

Don't shoot me Santa Claus
I've been a clean living boy
I promise you
Did every little thing you asked me to
I can't believe the things I'm going through

Don't shoot me Santa Claus
Well no one else around believes me
But the children on the block they tease me
I couldn't let them off that easy

E porque hoje é domingo: "Everyday is like sunday"

Everyday is like sunday
Everyday is silent and grey



Já há algum tempo que não ouço Morrissey. O bar Incógnito, na madrugada de sexta para sábado, relembrou-me que há coisas que não podemos deixar de fazer.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Cai neve em Lisboa

Não, apesar do frio, a verdade é que não cai, mas já caiu.


Parque Eduardo VII, Lisboa, 1945. Por Judah Benoliel, Arquivo Municipal de Lisboa

Aeroporto da Portela, Lisboa, 1945, Arquivo Municipal de Lisboa

segunda-feira, dezembro 10, 2007

I am a Sex Addict, de Caveh Zahedi

Extensão Indie Lisboa / Universidade de Lisboa / 03/12/2007


Este é um filme que passou este ano no Indie Lisboa, e que foi reposto, entre nós, na passada segunda-feira, na Universidade de Lisboa (a propósito da extensão do festival). Caveh Zahedi é o realizador e escritor independente norte americano desta autobiografia. Momentos antes de se casar, Caveh conta-nos um pouco da sua história, como o seu vício em sexo (especificamente com prostitutas) influenciou e afectou a sua vida, as suas relações e a sua maneira de encarar o que o rodeia. A forma como nos conta a sua historia é verdadeiramente vertiginosa e apesar de ser um assunto sério, a ligeireza com que trata o assunto, demonstra que o acto de nos sabermos auto-criticar é sinónimo de maturidade e que é bom ter a capacidade de saber rir de nós próprios. Caveh contratou algumas actrizes para interpretar as mulheres da sua vida, contracenando com elas de forma a reproduzir alguns episódios da sua existência. Associa a essa narrativa, algumas imagens caseiras das referidas épocas, o que é um elemento ilustrativo muito eficaz. A perspectiva que o realizador nos traz é a de um homem muito consciente de si próprio e do seu problema, e que acima de tudo não sabe mentir. Caveh sempre tentou incluir este seu problema na relação que teve com a sua primeira esposa, e seguintes namoradas. É também um homem muito tímido, porque apesar do seu vício, não perde facilmente qualquer inibição. Em parte, parece que estamos a olhar para o problemático, neurótico e incompreendido Woody Allen. O filme termina com um novo casamento de Caveh, com aquela que considera a mulher da sua vida, já após vários anos de terapia. Um final feliz, portanto, num filme que, contudo, não cede a nenhuma convenção ou lugar-comum.

http://www.iamasexaddictthemovie.com

The Thrills "Teenager" (2007)

Ainda não tinha referido aqui um dos álbuns do ano: "Teenager", The Thrills
Como sugestão, aqui ficam os singles deste álbum:

The Midnight Choir



Nothing Changes Round Here

domingo, dezembro 09, 2007

Nouvelle Vague @ Casino de Lisboa

8-12-2007

Nunca tinha ido ao Casino de Lisboa e também só tinha entrado uma vez num casino (Estoril) para ver um concerto dos The Gift. Contudo, era lá que os Nouvelle Vague iam dar uma espécie de after-show (coisa rara por cá), poucos minutos depois de sairem da Aula Magna. O concerto foi gratuito, pelo que já se esperava uma afluência significativa. Ficou provado que fazer concertos em Casinos não é lá muito boa ideia, principalmente quando são feitos no meio das áreas de jogo e junto à área de restauração (a chamada Arena Lounge)... Quanto aos Nouvelle Vague, confesso que não tinha ideia que tanta gente os conhecia, que se tinham tornado num fenómeno relativamente massificado, e que cada vez que vêm cá esgotavam salas. Na minha ignorância, pensava poder ver o concerto com alguma tranquilidade. Apesar das condições adeversas, a visibilidade era boa, mas o som péssimo, não por culpa da banda, que tocou durante 1h15 com direito a encore, após terem dado um concerto de perto de 2h na Aula Magna. Mas aquele não era só o público que não conseguiu bilhete para o concerto (e que os tentou ouvir e ver atentamente), era também gente que estava no casino não só para jogar como para confraternizar (gente que nessa noite não tinha os bares da Expo, ja que estavam fechados devido à cimeira UE-Africa) e que, portanto, não se calavam! Ainda que acústico e apenas com 4 elementos da banda (um teclista, um guitarrista, duas cantoras), deu para perceber que não convém perder uma futura oportunidade (e não duvido que seja num futuro próximo).

Set list:
dancing with myself
ever fallen in love?
blue monday
human fly
guns of brixton
too drunk to fuck
heart of glass
dance with me
escape myself
love will tear us apart
just can't get enough
plans for nigel
a forest
teenage kicks
tainted love (encore)

sábado, dezembro 08, 2007

O tabaco e a nova lei

Segundo um artigo hoje publicado na comunicação social, e de acordo com a nova legislação em vigor a partir de 1 de Janeiro, vai ser Proibido fumar em todos os centros comerciais.
Provavelmente esse será um dos melhores contributos para a revitalização das Baixas das cidades. Pode ser que os shopaholics se comecem a descolocar para zonas de comércio ao ar livre, e as Baixas (e outras zonas comerciais ao ar livre) voltem a ter gente!
E já agora, se os restaurantes e cafés também aderirem... passaremos a ter mais esplanadas ao ar livre!
Enfim... utopias...

quinta-feira, dezembro 06, 2007

As bandas sonoras da nossa vida

Sempre achei que as nossas vidas seriam muito mais interessantes e coloridas se tivessemos sempre uma banda sonora a acompanhar-nos. Em cada momento que vivemos derrepente começaria a tocar a música perfeita para esse momento, como nos filmes, mesmo que só nós a ouvissemos. De certa forma, hoje estamos mais próximos que nunca dessa possibilidade, com a música a ser cada vez mais portátil, ainda assim falta-lhe o automatismo para que a cada momento a canção ideal apareça (e que ultrapasse o mero trautear na nossa cabeça). Enquanto esse fenómeno não é inventado, restam-nos a bandas sonoras dos filmes, que também fazem parte da nossa vida.
Seguem 3 bons exemplos, de filmes recentes. "Across the Universe" reúne várias músicas dos Beatles, interpretadas pelos actores do filme, mas com novas roupagens. "Control", reúne o que de melhor tocava nos tempos dos Joy Division (desde Bowie a Roxy Music). "Les Chansons d'Amour" são, como nome indica, canções de amor, interpretadas pelos actores do filme e por Alex Beaupain, autor das músicas.

terça-feira, dezembro 04, 2007

RIP The Sopranos 1999-2007

The end?

Passou ontem o último episódio dos Sopranos. Aquando da transmissão nos EUA, gerou bastante polémica porque tudo fica em aberto e cabe ao espectador imaginar o que pode ter acontecido. Quanto a mim é uma opção inteligente. Alguns assuntos ficaram arrumados, outros ficaram em aberto, mas outra coisa não seria de esperar de uma série que sempre funcionou ao contrário do nosso raciocínio. Parece incoerente? Não. Seria se agora tudo acabasse bem, ou tudo acabasse mal. Coerência é ter sido possível mais uma vez jogar com a lógica natural das coisas e inverter o que seria óbvio. Os mais cepticos poderão dizer que este final abre caminho a uma continuação, quem sabe no cinema. Talvez... mas como purista, não sei se gostaria. O futuro o dirá.

Para quem quiser rever, segue a cena final, que curiosamente tem mais uns 3 segundos (no final) que a que passou cá...