terça-feira, novembro 14, 2006

Little Miss Sunshine
de Jonathan Dayton, Valerie Faris

Estamos perante mais um exemplo de cinema independente americano, ainda que este filme, especificamente pisque o olho a outro tipo de público, mais massificado. Como habitualmente no cinema americano mais indy, a temática anda à volta das contradições que a sociedade dos EUA reúne, nomeadamente os paradoxos dessa instituição tão disfuncional, que é a Familia americana. Trata-se de um road movie com uma história original, levar a petiz da família a concorrer num concurso de misses, a kilómetros de distância da sua casa. Perante um pai especialista em motivação, para quem perdedores não existem, passando por um tio homossexual acabadinho de sair de uma tentativa de suicídio, um avô viciado em cocaína, uma mãe que apenas sabe servir fried chicken, e um irmão que opta por um voto de silêncio como sacrificio para ingressar na força aérea, o percurso será rico em precalços e atribulações. O filme está recheado de bom humor negro, ironia e bons diálogos. Ainda que o final não seja dos mais originais, o mesmo pode ser visto como uma critica às convenções, bons costumes e fachadas dos concursos de misses, e em grande escala tenta simbolizar a superficialidade de grande parte do povo americano e os seus costumes. Não sendo um filme de génio, cumpre o propósito de divertir, sem ser estúpido.

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