sábado, fevereiro 04, 2006

Match Point, Woody Allen
20/01/2006
Um novo filme de Woody Allen é sempre motivo de grande expectativa. Nos últimos anos o realizador passou por uma fase menos inspirada, nomeadamente com filmes como "A Maldição do Escorpião de Jade", "Vigaristas de Bairro" ou mesmo "Hollywood Ending", contudo, mesmo nesses filmes a sua criatividade e capacidade de escrita bem como a sua presença enquanto actor, permitiu-nos desculpabilizar o facto de não serem obras primas. Com "Anything Else" e "Melinda and Melinda", Allen deu inicio a um processo que sugeria que podesse estar a voltar à boa forma, nao tendo necessariamente de aparecer em cena para que o filme fosse interessante (no primeiro surge como personagem secundário e no segundo não aparece).
Senhoras e senhores, passadeira vermelha e deixem passar a tragédia grega "Match Point"! Sim, não tem Jazz... mas a Ópera fica-lhe tão bem (mesmo para quem nao aprecia). Sim, não tem Manhattan... mas Londres assenta-lhe como uma luva e o "british accent" fica a matar! Woody não entra... (mas seria estranho vê-lo fora do seu habitat natural). Sim, não temos Mia Farrow nem Diane Keaton... mas temos Scarlett Johansson (não é a mesma coisa mas elas também já se foram há muito tempo)... Evidentemente não é uma comédia... mas para quem não sabe, alguns dos seus melhores filmes também não o são. De salientar ainda a retoma da dicotomia crime e castigo que já havia inspirado "Crimes e Escapadelas" e o facto de ultrapassar a crónica hora e meia de duração dos seus filmes. Aspecto curioso o facto de ser dificil deixar de associar Jonathan Rhys-Myers à sua personagem andrógena de "Velvet Goldmine". Em suma, não sendo uma masterpiece, é no entanto, um bom prenúncio do que poderá ser a segunda parte da primeira década do novo milénio no que à obra de Woody Allen diz respeito.

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