quarta-feira, abril 25, 2007

Indie Lisboa 2007 - Dia 2 (20/04)
"Destricted"

Sexta-feira o filme escolhido foi "Destricted". Uma experiência avassaladora que levou uma sala cheia do Fórum Lisboa a ver em conjunto um filme com excertos de pornografia explicita (e que sensação tão estranha esse momento colectivo!!). Trata-se de um filme constituido por 7 curtas metragens com visões de sexo e pornografia de cada realizador. O filme abre com a curta de Matthew Barney, "Hoist", o provocador cineasta de Cremaster e do inenarrável Drawing Restraint (o meu maior bocejo do Indie 2006). No ecrã aparece um pénis que lubrifica um eixo de um tractor com o seu esperma. Segue-se "House Call" de Richard Prince, uma revisitação aos filmes pornográficos dos anos 70/80, que consiste basicamente em assistir a um excerto de um desses filmes, mas com uma realizaçao e sonorização actuais. "Sync", de Marco Brambilla" é a curta mais curta, apenas alguns minutos com uma montagem de vários filmes porno ao som de uma bateria. "Impaled" de Lary Clark (que já nos habituou a filmes polémicos como "Kids"), é das curtas mais supreendentes do filme. O realizador filmou um casting para um filme pornográfico, apartir de um anúncio que colocou na imprensa. Aproveita esse pretexto para descobrir um pouco sobre como vivem os jovens americanos a sua sexualidade. Vários jovens entre os 19 e os 23 anos falam da sua experiência com a pornografia e das suas fantasias sexuais. Um deles escolhe uma actriz (que tambem passa pelo casting). A segunda parte é a mais desinteressante (cai na banalidade porque é a passagem da conversa ao acto) mas também muito curiosa. Por essa altura o ambiente na sala estava escaldante e o público não quer acreditar que está a partilhar com centenas de pessoas aquelas imagens. Mas curiosamente não parece haver desconforto. "Death Valley" de Sam Taylor-Wood é uma das curtas mais bonitas. No seio da natureza um jovem luta contra algo, masturbando-se, no meio do nada. "Balkan Erotic Epic" de Marina Abramovic, é a mais cómica das curtas, mas tambem a que resulta de um estudo dos mitos sobre a fertilidade e a virilidade nos Balcãs o que é feito com muito humor, inteligência e originalidade. Por fim, "We Fuck Alone" de Gaspar Noé, consegue ser a passagem do filme mais entediante e irritante. Filmado como parte do seu filme "Irreversivel", com uma imagem cintilante e irritante ao olhar, uma rapariga e um rapaz, em quartos diferentes, assistem ao mesmo filme pornográfico enquanto se masturbam. Foi um verdadeiro sacrificio este final de filme.
www.destricted.com

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