domingo, abril 23, 2006

Le Temps Qui Rest, de François Ozon

Depois de "5X2", que retractava o percurso da relação entre um homem e uma mulher durante 5 etapas da sua vida, François Ozon ("Swimming pool" e "8 Mulheres"), cineasta francês cujo nome está associado inevitavelmente ao que de melhor se tem feito no cinema francês nos últimos 10 anos, apresenta-nos o seu mais recente filme, "Le Temps Qui Rest".Segundo o realizador, trata-se do segundo filme de uma trilogia sobre a morte, que se iniciou com "Sob a Areia".Neste filme, o actor Melvil Poupaud (que esteve presente na ante-estreia do filme no âmbito do festival Indie-Lisboa, no Fórum Lisboa), retrata um jovem de 31 anos a quem é diagnosticada uma doença terminal. O filme aborda a forma como o jovem Romain lida com a situação, desde a pura negação da sua condição até à resignação e aceitação do seu destino. O filme ancora-se essencialmente na espantosa e eficiente interpretação do actor principal, cuja personagem revela um carácter egoísta, arrogante, de perfil individualista, mas que não deixa, contudo, de demonstrar o seu lado mais frágil e sentimental despedindo-se a pouco e pouco e à sua maneira dos seus entes mais próximos e também de si próprio. Apesar da temática, o filme não cai em sentimentalismos, melodramas e choro fácil. Melvil Poupaud aquando da sua intervenção no Fórum Lisboa pediu que "tenham uma boa sessão, mas desculpem porque vão ficar deprimidos". Curiosamente no fim do filme senti-me bem e em paz interior.

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