sexta-feira, fevereiro 29, 2008

A Hawk and the Hacksaw, em Portugal

Na primeira parte de Portishead nos Coliseus do Porto e Lisboa, 26 e 27 de Março

Conheci os A Hawk and the Hacksaw ao acaso, como relatei em tempos aqui. Foi um acaso feliz. Por isso, foi com encorme satisfação que recebi a notícia do seu regresso a Portugal, ainda por cima na primeira parte desse tão esperado concerto de Portishead. Excelente dupla.
Com uma sonoridade que nos remete para os sons da Europa de Leste e Balcãs, algures entre Gregor Bregovic (autor das bandas sonoras dos filmes de Emir Kusturica) e Beirut, esta banda distingue-se também pela recriação em palco de várias sonoridades distintas tocadas por um verdadeiro homem dos sete (ou mais) instrumentos e uma violinista. A propósito da ida dos Beirut ao festival de Músicas do Mundo em Sines, eis mais um exemplo do que poderia passar por lá.

A Hawk & A Hacksaw + The Hun Hangár Ensemble - Serbian Cocek



http://www.ahawkandahacksaw.co.uk/
http://www.myspace.com/ahawkandahacksaw

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Sixes and Sevens, Adam Green (2008)

Depois de Jacket Full of Danger em 2006, está de volta Adam Green com o novo álbum "Sixes and Sevens" a sair a 18/03. Mais uma vez a ironia deste homem é contangiante, as melodias deliciosas, e o humor corrosivo uma constante. Nascido em 1981, este jovem americano transpira talento e já vai no quinto álbum em apenas 7 anos.
Com esta enchurrada de concertos na área indie pop, rock e folk, pode ser que o senhor dê cá um salto.

Primeiro single: Morning After Midnight

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Colecção Cahiers du Cinéma Grandes Realizadores

Desde 15 de Fevereiro, às sextas-feiras, o Jornal Público tem vindo a publicar livros sobre a vida e obra de conceituados realizadores, com o carimbo Cahiers du Cinema. Ao todo são 25 volumes, acompanhados pela oferta de um dvd com uma obra do realizador em destaque. Preço 9.95€.

Mais detalhes aqui.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Cheias em Lisboa, 1945

A propósito da recusa de empréstimo de 500 milhões de euros à CML para pagamento de dívidas aos fornecedores, no programa "Antena Aberta" da RTPN, hoje à tarde, um espectactor dizia que estes "gatunos deviam ser todos presos", e que a cidade está "num estado que não estava no tempo de Salazar". Pensava eu que havia coisas que com o tempo passavam...
Mas a julgar pelas cheias de Segunda-feira, provocadas pelo aumento atípico da pluviosidade e pelo deficiente sistema de drenagem de Lisboa e arredores, é caso para dizer que há coisas que não mudam mesmo, nem com um Salazar, dois Salazares, ou mesmo nenhum. Afinal... tudo na mesma!

Lisboa, Avenidas Novas, por Judah Benoliel, 1945

Lisboa, Rua de S. Paulo (Cais do Sodré), por Judah Benoliel, 1945

in Arquivo Municipal de Lisboa

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Spoon e The Raveonettes em Lisboa

Esta semana mais 2 concertos dignos de registo, em Lisboa... num ano que está a ser e promete continuar a ser muito proveitoso nessa área. Infelizmente nem sempre o conteúdo da carteira é proporcional a esta abundância musical. Resta-nos o YouTube e o mp3.

Spoon - The Underdog


The Raveonettes - Dead Sound


domingo, fevereiro 17, 2008

Sweeney Todd, de Tim Burton (2007)

É certo que tem estreado em média um novo filme de Tim Burton de dois em dois anos nas salas de cinema, mas a verdade é que há muito tempo que me tinha afastado da cinematografia deste realizador, principalmente quando começou a enveredar por incursões cada vez mais mainstream, como por exemplo Batman. É também certo que me dizem que é o melhor Batman de todos, e até acredito, mas não foi o suficiente para continuar a acompanhar a carreira do realizador. Portanto, desde filmes como "Eduardo Mãos de Tesoura", "Beetlejuice - Os Fantasmas Divertem-se", e "Ed Wood", que não punha a vista em cima num filme de Burton. Falha minha não ter visto ainda "O Estranho Mundo de Jack", mas está devidamente registado. Mas quanto a Sweeney Todd, ainda que esteticamente interessante e com uma interpretação notável de Johnny Depp, não consegue entusiasmar-me e ajudar-me a aguentar sem impaciência as quase duas horas de filme. É certo que este não é um conto de fadas típico dos filmes de Burton, trata-se da adaptação de um musical teatral sobre um sangrento e vingativo barbeiro, ambiente que norteava o tom da história e deixava-nos adivinhar os contornos mais sombrios do filme. Quanto a esse pormenor, nada a apontar. Mas o filme é também todo ele um musical, o que também não ajuda. Há excesso de música, e acima de tudo há mais teatro que cinema. Os espaços onde se desenrola a acção são escassos, as personagens acabam todas por vir até ao "palco" desempenhar o seu papel, deixando pouca margem de manobra em termos criativos à imaginação e à dimensão onírica patente nos filmes de Burton. A própria narrativa pouco avança e o que sabemos das personagens não passa da superficialidade, o que advém certamente do excessivo tempo dedicado aos números musicais. É caso para dizer que teria sido preferível gravar a peça teatral do que fazer um filme de propósito sobre o tema. Ainda assim há momentos de humor interessantes, e uma fina ironia presente nas personagens de Depp e de Sacha Baron Cohen, no papel de barbeiro italiano, que salvam o filme.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Panorama 2008: 2ª Mostra do Documentário Português

15 a 24 de Fevereiro 2008 no Cinema São Jorge
10 dias 37 sessões 81 filmes 9 debates

Regressa esta semana ao cinema S. Jorge a mostra de cinema documental português PANORAMA. Oportunidade para ver ou rever o que melhor se tem feito nesta área, em Portugal. Dos que já vi, destaco "Lisboa Dentro", "Arquitectura de Peso" e "Um Pouco mais Pequeno que o Indiana". Curiosidade em ver "Balaou", "Nubai – O RAP Negro de Lisboa" e "Movimentos Perpétuos ".

Programação e Sinopses

Carris: um pouco de História

Este site tem qualquer coisa de equizofrénico, mas uma esquizofrenia boa, se é que se pode falar dessa forma... Provavelmente resultou de algum estudo realizado pelo autor, para o IST, mas de facto, é obra! Não é todos os dias que alguém se dá ao trabalho de detalhar todas (mas todas...) as alterações que os autocarros da Carris tiveram ao longo dos anos, com pormenores de uma minúcia impressionante. Outra área do site é a história, propriamente dita, dos autocarros e eléctricos da Carris. Mais uma vez a exaustão do pormenor é genial, e os comentários à parte bastante críticos.
Destaque-se a colecção dos mais variados guias e folhetos, digitalizados, e que fazem parte da colecção pessoal do autor. Também aí encontramos verdadeiras obras-primas da memória e da História, não só da instituição analisada, como também da cidade de Lisboa e a sua evolução durante os últimos 100 anos.
O site só merecia que alguém com melhores conhecimentos de linguagem web o transformasse num site mais apelativo visualmente e também que lhe fosse dado um nome e endereço mais interessantes. É um pedaço da história da cidade valiosíssimo, que por enquanto anda escondido na net e que nem a própria Carris se deu ao trabalho de ter algo do género.

domingo, fevereiro 10, 2008

Indie Lisboa 2008

Primeiras noticias: Wong Kar Wai e cinema Romeno

"A nova vaga de cinema da Roménia vai passar pelo quinto IndieLisboa - Festival Internacional de Cinema Independente, que começa a 24 de Abril e no qual serão exibidos cerca de 250 filmes de todo o mundo. O cinema feito nos últimos tempos na Roménia e que tem ganho visibilidades nos festivais europeus pode ser descoberto no IndieLisboa através dos filmes de, por exemplo, Cristian Mungiu - que venceu a Palma de Ouro em Cannes com "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" - Cristian Nemescu ou Catalin Mitulescu. Na secção "Herói Independente", o IndieLisboa propõe ainda duas retrospectivas das obras dos realizadores Johnnie To (Hong Kong) e de José Luis Guerin (Espanha), que estarão presentes em Lisboa e cuja obra cinematográfica tem sido pouco exibida em Portugal. O IndieLisboa abrirá oficialmente com a antestreia nacional do filme "My blueberry nights", de Wong Kar Wai, protagonizado por Norah Jones e Jude Law. Ao longo dos onze dias de programação serão exibidos cerca de 250 filmes e em Lisboa a organização espera ter 350 convidados portugueses e estrangeiros. Para esta quinta edição, o IndieLisboa trocou o cinema King pelo Teatro Maria Matos, mantendo a programação no Fórum Lsboa, no cinema Londres e no cinema São Jorge até 4 de Maio."

in Jornal de Notícias, 10-02-2008

sábado, fevereiro 09, 2008

Patrick Watson "Close to Paradise" (2006)

O álbum já tem 2 anos, mas a propósito da vinda do cantor a Portugal (Aula Magna, 13 de Março), surgiu a oportunidade de conhecer a obra. Eis o que Jeff Buckley estaria provavelmente a fazer se fosse vivo. Mas não vale a pena prendermo-nos em comparações. Para escutar com muita atenção (e eu só digo isto uma vez).
Patrick Watson - The Great Escape

Patrick Watson - Drifters

http://www.myspace.com/patrickwatson

Allen e David: uma dupla imbatível

Woody Allen e Larry David juntos, só pode ser uma GRANDE coisa. A noticia é que Larry David (criador e argumentista de Seinfeld, e criador e actor em Curb Your Enthusiasm - Calma Larry!) vai interpretar o principal papel no próximo filme de Woody Allen, de regresso aos EUA.
Na verdade, a escrita de ambos não se afasta assim tanto (um na televisão, o outro no cinema), e ambos têm em comum a observação picuinhas da realidade, os dois são judeus e neuróticos e baseiam toda a sua escrita nesses factos. É esperar para ver... lá para 2009/2010.

http://hollywoodinsider.ew.com/2008/02/larry-david-to.html

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Into the Wild, de Sean Penn (2007)

"O Lado Selvagem"

Christopher McCandless foi um jovem americano que, como tantos outros, se revoltava contra o sistema no qual aparentemente estava inserido, mas nem por isso se sentia integrado. Aos 22 anos enceta uma jornada imprevisível pela América profunda, com o objectivo final de chegar ao Alasca. Implícita estava uma tentativa de descoberta de si próprio e do seu lugar no mundo. Saliente-se que o rapaz, com curso superior recentemente concluído, tinha todas as hipoteses de ingressar num qualquer emprego, tinha pais influentes, dinheiro e bens materiais. Além disso era também muito inteligente, e excelente aluno. Mas nenhum desses aspectos era realmente importante na sua vida. Na verdade a sua familia era completamente difuncional (como quase todas), e cedo se refugiou também na literatura (que a propósito, o acompanha sempre, até ao último segundo), seguindo ideais de liberdade total, alienação face ao material, paz de espirito e felicidade absoluta e em sintonia com a natureza, valores que o norteavam na decisão de, sozinho, mudar de vida e criar o seu próprio caminho. Este filme, que nos é contado em jeito biográfico, beneficia muito da pessoa que McCandless foi, um perfeito idiota, ou um idealista puro, fica ao critério de quem vê. E o filme assim também poderá ser entendido, uma obra prima ou uma perfeita porcaria. Quanto a mim, penso que ficará no meio termo. Na verdade o filme não é uma obra prima, como o gostam de pintar (apelando claramente aos Oscares). Lá porque tem poesia, música de Eddie Vedder, bons planos e boa fotografia, isso não faz de si um excelente filme. O filme tenta ser mais do que aquilo que é, mas apesar disso o enredo é interessante, e a interpretação do actor Emile Hirsch é bastante boa. Já a dos restantes actores (principalmente os pais), nem por isso, salvo algumas excepções. Mas o que é realmente importante é o legado que Christopher McCandless nos deixou, e a reflexão existencialista que a sua história convoca. No final, McCandless (que se auto-intitulava como Alexander Supertramp, com a rebeldia que o caracterizava) chegou a uma conclusão angustiante (que deixo para quem vir o filme), por talvez ter ido longe demais.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Antes era assim... Lisboa

Praça do Município

Aquela que é hoje em dia uma das praças mais inúteis de Lisboa. Completamente de costas voltadas para os habitantes e turistas. Nem a proximidade da Praça do Comércio com os seus domingos "para as pessoas" a salva. Está sempre deserta, é feia e raramente tem alguma utilidade. Dantes era assim.

Aeoroporto da Portela


O ainda Aeoroporto Internacional de Lisboa, tem hoje um ar mais cosmopolita. O da foto, ainda que mais bonito era tipico do país remediado, conformado, que era pobrete mas alegrete. Continua a não ter estação de Metro que o ligue à cidade, apesar de ser dentro da cidade.

Estação de Santa Apolónia


Quando era a principal estação ferroviária da cidade, era vermelha! Hoje é azul, e à sua volta há toda uma degradação impressionante. Agora tem uma estação de Metro incorporada, o que pode ser que ajude a que reparem mais neste imponente edifício, à beira mar plantado.

sábado, fevereiro 02, 2008

The Raveonettes 'Christmas Song'

Sempre gostei de músicas atipicamente de Natal, principalmente quando são bem feitas e não obedecem à tipologia própria das músicas alusivas a essa época como as que, na sua vertente mais pop, tendem a contribuir para o histerismo do consumismo compulsivo. Este é um bom exemplo de música atípica de Natal. E isto vem a propósito da vinda dos Raveonettes ao Santiago Alquimista, em Lisboa, dia 20 de Fevereiro.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Miradouro de S. Pedro de Alcântara

Ali para os lados do Bairro Alto/Principe Real há quem já nem se lembre que há uma excelente panorâmica da cidade de Lisboa. Isto porque as obras do miradouro de S. Pedro de Alcântara ofuscavam uma das mais belas vistas da cidade. A boa notícia é que a partir de hoje, este espaço foi devolvido aos lisboetas, turistas e simpatizantes.

Fonte: Arquivo Fotográfico de Lisboa, autor e data desconhecidos