sexta-feira, janeiro 04, 2008

Intimidade - Interiors, de Woody Allen (1978)

Por norma associamos Woddy Allen à comédia, precisamente porque esse é o seu registo habitual. Contudo para se ter noção da grandiosidade da obra deste artista, não podemos ignorar alguns marcos históricos da sua carreira, na vertente dramática, como é o caso de "Intimidade". Filmado depois dessa obra prima que é Annie Hall, e ainda com Diane Keaton no elenco, Intimidade é um drama intenso, extremamente denso e claustrofóbico, filme no qual se debruça pela tão sempre questionada condição humana. Uma família em crise, com o divórcio de um casal de terceira idade com 3 filhas adultas, obriga a uma mudança de comportamento desta família, a necessidade de comunicarem, ou põe a nú precisamente essa incapacidade. Woody Allen deixa-nos entrar na complexa teia de relações desta família, que viveu constantemente com coisas para dizer, que ficou sempre com atitudes e decisões por tomar. Por vezes é necessário um grande acontecimento para que toda uma família se reúna e se analise. É também o momento ideal para que cada um reflicta sobre si próprio e sobre o sentido da sua vida. É também neste tipo de filmes que Allen se aproxima estilisticamente de Bergman (de quem é confesso fã). Afinal o purgatório existe.

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