segunda-feira, julho 21, 2008

Sugestões cinema

Em plena silly season, vale a pena ver ou rever 2 filmes que passaram no Indie Lisboa. São eles, "The Hottest State" de Ethan Hawke, que passou nesse festival em 2007, e "Joy Division", de Grant Gee, que passou este ano.

Ver apontamentos dessa altura aqui e aqui.

Segue o trailer de "The Hottest State", dos dois filmes, o menos mediático.

domingo, julho 20, 2008

Festival Oeiras Alive 2008 (10/07/2008)

Com algum atraso, fica aqui o registo fotográfico do dia 10 de Julho do festival Oeiras Alive.
Um dia com um cartaz apetecível, mas que pecou por ter vários concertos em simultâneo. Aqui ficam os que assisti num dia e noite de calor intenso: Vampire Weekend, MGMT e The Hives. Com muita pena não acompanhei The National e Spiritualized.
E o Festival SBSR aqui tão perto... e no mesmo dia... Beck e Duran Duran. Não se faz!

MGMT

The Hives


Vampire Weekend

O meu irmão é filho único, de Daniele Luchetti (2007)

"Mio fratello è figlio unico" é um dos mais recentes filmes italianos a chegar às nossas salas. A verdade é que filmes provenientes deste país são cada vez mais escassos, por estas bandas, se exceptuarmos os clássicos que a cinemateca passa regularmente ou os filmes de Nani Moretti. Este filme, passado nos anos 60/70 em Itália, conta-nos a história de dois irmãos e a sua família nuns conturbados anos políticamente agitados. Accio, outrora beato, é fascista, Manrico, seu irmão, é um comunista revolucionário. Ambos têm a agitação no sangue, a luta ideológica na pele, e cada um à sua maneira, tenta ser um elemento activo na história política do seu país. Mas este não é apenas um filme político, é essencialmente um filme de afectos. Além destes dois irmãos existe uma irmã, igualmente agitada e revolucionária, e os pais de classe operária, vitimas de injustiças sociais e crentes acérrimos numa mudança de vida. Trata-se de um filme fascinante, pelos valores que transmite, aliando de forma muito interessante o poder ideológico e o peso da do meio e da herança familiar. Um filme que recupera a boa tradição dos filmes históricos, de contar uma história no tempo, de acompanhar personagens em diversos períodos da sua vida e em alturas e marcos importantes do seu país. Um filme que apesar de tudo, poderia ter durado mais algum tempo, e aproveitado esses minutos adicionais para conseguir explorar de forma mais elaborada a personagem de Manrico (já que a história é contada/narrada pelo irmão mais novo, Accio), a personagem da namorada de Manrico, que a dada altura divide os irmãos (por motivos óbvios) ou mesmo da irmã. Ainda assim, estamos perante um belo filme a não perder.

segunda-feira, julho 07, 2008

"Replica Sun Machine" - The Shortwave Set (2008)

Em semana de Oeiras Alive, uma banda que lá faria todo o sentido. The Shortwave Set têm um novo álbum completamente viciante. Aqui fica "No Social".

www.myspace.com/theshortwaveset

www.theshortwaveset.com

domingo, julho 06, 2008

A Rapariga Cortada em Dois, de Claude Chabrol (2007)

Completamente oposto ao filme comentado no post anterior, "A Rapariga Cortada em Dois", é um filme muito mais monótono, chegando mesmo a ser chato em alguns momentos. O novo filme de Claude Chabrol, tem no entanto o mérito de ter excelentes interpretações de Ludivine Sagnier, que vimos recentemente em "As Canções de Amor" e Benoît Magimel, de quem me recordo de "A Pianista". A história, essa é sobre uma rapariga que tem o coração quase literalmente cortado em dois. Trata-se de uma aspirante a vedeta de tv, ambiciosa, que se envolve amorosamente com um escritor famoso, apaixonando-se por este, mas acabando por casar com um excêntrico jovem milionário que beija o chão que ela pisa. Trata-se de uma história de jogos sexuais e morais, que vive de um triângulo amoroso algo coxo e pouco convincente. Um filme que faz juz ao ditado "nem tudo o que parece, é", que vive essencialmente de bons diálogos. Destaque para algumas cenas passadas em Lisboa, aspecto que acaba por ser no mínimo interessante.

O Segredo de um Cuscuz, de Abdel Kechiche (2007)

Três semanas distam o visionamento do filme e a escrita deste texto. No entanto, está bastante presente na minha memória a constatação de que estamos perante um dos melhores filmes dos últimos tempos. Nem as cerca de 2h30 de filme são motivo de desânimo, pelo contrário, é um filme que nos consome do primeiro ao último minuto. De forma bastante documental, este filme realizado por Abdel Kechiche, conta-nos a história do Slimane, pai de uma grande família, recém desempregado de um emprego precário, que está numa fase da vida em que, com os seus 60 anos, já faz um balanço dos anos vividos, concluindo que poderia ter feito muito mais, que não deixará nada material aos seus entes queridos, ambicionando ainda dar fôlego e rumo à sua vida, neste terceiro acto que agora se inicia. A tarefa não se adivinha fácil. As burocracias associadas a esse tipo de negócio aliadas à discriminação da sociedade francesa relativamente às comunidades imigrantes (que no fundo, também a constituem), são temas constantes. Muito importante é o papel da família, numa clara união familiar que reune filhos, netos, cunhados e noras, amigos, etc. Todos trabalham para ajudar este amado pai de família, que apesar de achar que toda a vida falhou não é assim que é visto por quem o ama e o admira. As interpretações são bastante boas, principalmente da enteada Rym, que protagoniza pelo menos dois grandes momentos do filme. Há alturas em que sentimos que fazemos parte daquela família, gostávamos de estar ali, também queriamos ajudar no que fosse preciso. E quando o cinema consegue despertar no espectador este tipo de sensações, então está tudo dito!