domingo, maio 25, 2008

Ciclo de Cinema “Máscaras”

Zero em Comportamento e Museu do Oriente promovem Ciclo de Cinema “Máscaras”

25, 28, e 29 de Maio e 1 de Junho ; Auditório do Museu do Oriente Piso 5 ; Preço: € 3,00

(oportunidade também para rever alguns filmes do Indie Lisboa deste e outros anos)

A associação cultural Zero em Comportamento e o Museu do Oriente co-produzem um ciclo de cinema, entre 25 de Maio e 1 de Junho, que, de maneiras diferentes, coloca uma mesma questão: a vacilação da identidade humana quando sujeita a pressões de vários tipos (social, moral, político).

Os temas da falsa identidade, do duplo e da máscara têm sido objecto de muitos e distintos olhares cinematográficos. Protegendo-se por trás de máscaras e/ou de identidades fictícias, o individual pode esconder-se mas, paradoxalmente, revelar a sua verdade mais profunda.

Com filmes provenientes de países tão distintos como a Áustria, Argentina, França, Espanha, Chile, Canadá ou Alemanha, a mostra apresenta seis longas-metragens.

Os bilhetes custam três euros e todos os filmes são legendados em português.
Programa e sinopses aqui.

segunda-feira, maio 19, 2008

Pas Douce / Angel

Esta semana estrearam - com um ano de atraso - dois filmes que passaram o ano passado no Indie Lisboa 2007.
São eles, Angel - Encanto e Sedução, de François Ozon e Pas Douce - Nada Meiga, de Jeanne Waltz.

Ladytron - Velocifero

Está prestes a chegar o novo álbum dos Ladytron (2 de Junho), mas há já alguns meses que toca o single "Ghosts". Embora não tão apelativo quanto o anterior álbum, Velocifero promete agitar, como é hábito.

terça-feira, maio 06, 2008

It's a Free World, de Ken Loach (2007)

Indie Lisboa 2008


Se Import Export já focava a temática de emigração/imigração, It's a Free World - Mundo Livre, de Ken Loach (filme de encerramento do Indie Lisboa), põe a lume a imigração clandestina e os problemas que daí advêm. Angie é funcionária de uma empresa de recrutamento de trabalho temporário que após ser despedida cria a sua própria empresa de recrutamento, tendo como principais "clientes" imigrantes, que muitas vezes não têm a sua situação regularizada. Se inicialmente a sua ideia era apenas conseguir uma vida melhor com trabalho honesto, Angie cedo percebe que é no negócio que envolva imigrantes clandestinhos (mão de obra-barata e salários mínimos) que está o seu lucro. A partir de dada altura a bola de neve adensa-se, e será dificil voltar atrás. Um filme que fala das desigualdades sociais, precaridade de emprego, imigração ilegal e falta de escrúpulos, realidades perfeitamente actuais e que fazem todo o sentido na obra de um realizador que já nos habituou à abordagem de temáticas sociais. Este filme é importante contributo e uma interpretação pertinente para compreender estas realidades sociais, numa Europa cujo sistema social apresenta cada vez mais sinais de degradação, onde os imigrantes são simultaneamente desejados (porque são baratos) e odiados (porque ocupam recursos).


domingo, maio 04, 2008

Import Export, de Ulrich Seidl (2007)

Indie Lisboa 2008

O festival Indie Lisboa não é so entretenimento. Pela tela passam em grande medida filmes que focam realidades sociais críticas, sociedades deterioradas e grupos sociais desfavorecidos. São histórias que também merecem ser contadas, e cujo papel do cinema é também aproximar e alertar o público para realidades diferentes da nossa, e que de outra forma só conheceriámos através dos noticiários e jornais. Import Export, de Ulrich Seidl é um bom exemplo, e poderia ter como subtítulo "O lado negro da Europa". Trata-se de um filme rodado maioritariamente por actores amadores (o que confere ainda maior realismo ao filme, e permite uma maior identificação com o cidadão comum), que nos conta duas histórias parelelas que apesar de não se cruzarem literalmente, partilham em comum o desencanto vivido pelas personagens, que procuram uma vida melhor, para além das fronteiras do seu país, e das situações muitas vezes degradantes a que se têm que sujeitar. Import Export versa sobre algumas das realidades mais cruéis da nossa Europa, a emigração clandestina, a exploração e o tráfico humano, etc. Uma das histórias é sobre Olga, uma enfermeira ucraniana que ao emigrar para a Austria, trabalha como empregada de limpeza e tem um part-time em cibersexo. A outra é sobre Pauli, um ex-segurança austríaco, que acompanha o padrasto pela Europa fora, acabando precisamente na Ucrânia, onde se perde no meio de tanta boémia.
Trata-se, pois, de um retrato bem mais cinzento que aquele que Bruxelas nos tenta passar. São realidades que, mesmo que a comunicação social as veicule, não nos dá tempo para qualquer percepção ou compreensão mais elaborada. Assim, estes filmes são um ponto de partida para que se possa verdadeiramente discutir estes assuntos.

Indie Lisboa 2008 - Os Premiados

O festival Indie Lisboa desde ano está quase a terminar. Fica aqui a lista e horários dos filmes premiados.

Principais premiados:
WONDERFUL TOWN, Aditya Assarat, fic., Tailândia, 2007, 90'
NIGHT TRAIN, Diao Yinan, fic., China, 2007, 91'
VIA DE ACESSO, Nathalie Mansoux, doc., Portugal, 2008, 82'
MOMMA´S MAN, Azazel Jacobs, fic., EUA, 2008, 98'
TERRA SONÂMBULA, Teresa Prata, fic., Portugal/Moçambique, 2007, 96'

FILMES PREMIADOS
Domingo 4 de Abril Sessões Filmes Premiados

sábado, maio 03, 2008

Momma's Man, de Azazel Jacobs (2008)

Indie Lisboa 2008

Um dos filmes mais promissores deste ano, na competição internacional, é Momma's Man. Mickey é um jovem adulto, casado e pai de uma bebé que regressa a Nova Iorque, a trabalho, ficando em casa dos seus pais. Cedo essa viagem deixa de ser apenas uma viagem de negócios, transformando-se num regresso ao passado de Mickey. Em casa dos seus pais, Mickey começa a adiar o regresso à Califórnia, onde está a sua mulher e filha e o seu trabalho. Começa por inventar problemas como o voo de regresso, até que acaba mesmo por desligar o telemóvel e incorporar um autêntico regresso à infância e juventude. Tudo na casa dos seus pais o faz lembrar esses tempos, desde os livros de banda desenhada, à sua guitarra e letras de música, passando por cartas de namoradas ou até mesmo o regresso de um amigo de infância. Esse sentimento de retorno ao passado e incapacidade de continuar o tempo presente e viver o futuro adensa-se a partir do momento em que já nem sequer consegue sair de casa. Um filme sobre os afectos entre pais e filhos e reflexão sobre a capacidade (ou falta dela) para lidar com o crescimento, com as responsabilidades adultas e aceitar aquilo em que nos tornámos e o caminho que estamos a percorrer.
Este é um registo quase autobriográfico do realizador Azazel Jacobs, que filma os seus próprios pais, na sua própria casa.

http://www.mommasman.com/

Go Go Tales, de Abel Ferrara (2007)

Indie Lisboa 2008

Na passada quarta feira no Indie Lisboa (e em repetição hoje), deu-se a ante-estreia do mais recente filme do realizador Abel Ferrara. A acção do filme passa-se totalmente no Ray Ruby's Paradise, um cabaret decadente que luta diariamente por não fechar as portas. Durante cerca de hora e meia desfilam pelos nossos olhos as mais belas dançarinas de várias nacionalidades, artistas de todo o tipo, bêbados problemáticos, arruaceiros, etc etc. Ray (Willem Dafoe), o gerente do estabelecimento, gere-o como se fosse a grande criação da sua vida, é a sua menina dos olhos, a sua família de estimação, que tenta salvar apostando na lotaria, através de esquemas ilícitos, dinheiro falso, etc. Filme interessante porque vive de pequenos momentos, que derivam das histórias cruzadas das vidas que por ali deambulam naquele microcosmos. Vive também de personagens-tipo que não chegamos a conhecer completamente, mas que conseguem, em pouco tempo de filme, deixar a sua marca. Um filme que é uma verdadeira caixinha de surpresas.