segunda-feira, janeiro 29, 2007

Carla Bruni - "No promises"
O canto da sereia


Quem dera acordar todos os dias com a sua voz a sussurrar nos ouvidos, olhar para o lado e ver esta menina de guitarra a colo a erradiar raios de sol logo de manhã. Mas isso não seria viável porque significava nunca sair da cama. Está de volta Carla Bruni, a mulher, a ex-modelo, a cantora. Desta vez sussura em inglês e não em francês como no anterior disco, mas o charme mantém-se. "Those Dancing Days Are Gone" é o primeiro single do novo "No promises".
William Butler Yeats, Wystan Hugh Auden, Christina Rosseti, Walter De La Maré, Emily Dickinson e Dorothy Parker são os autores que Carla Bruni trabalhou neste álbum.
Eis o convite da artista para ouvir o álbum (embora eu não goste muito de a partilhar).

domingo, janeiro 28, 2007

Fast Food Nation, de Richard Linklater


Richard Linklater, realizador de "Geração Fast Food" é o responsável por filmes como "Before Sunrise" e "Before Sunset" e por alguns dos projectos mais originais em termos de linguagem visual que têm surgido nos últimos anos em cinema, nomeadamente "Waking Life" e "A Scanner Darkly". Além do facto de ser um confesso admirador dos seus filmes, a temática da Fast Food que já me havia levado a ver "Super Size Me", suscitou-me novamente interesse. O facto do filme estar no Cinema Nimas foi igual móbil para o ir ver, porque mesmo que tente pôr de parte alguns preconceitos, o Nimas costuma albergar filmes de qualidade comprovada. Neste filme assistimos à recriação de uma cadeia de hamburguers similar à Macdonald's, a Mickey's, que tem como produto estrela, o Big One, uma espécie de Big Mac, que é a jóia da coroa da empresa. A desconfiança de que há porcaria na carne, leva o vice presidente da empresa até ao local de onde a dita carne é proveniente. Esse é o mote que nos conduz até ao cenário do filme, e nos permite aceder a um contexto de produção capitalista e todas as consequências que uma produção que apenas visa o lucro pode ter: os baixos custos de produção, as más condições higiénicas, a mão de obra barata, etc. O filme retrata os destinos de três personagens: o vice presidente da cadeia de restaurantes, um empregada adolescente de um dos restaurantes da cadeia e um conjunto de imigrantes clandestinos que trabalham no matadouro. Essas três histórias não chegam a entrelaçar-se directamente, ainda que os seis intervenientes partilhem o mesmo ambiente. Também nenhuma das histórias chega a ser propriamente aliciante, faltando algum tempero a esta carne... O filme rotula-se como "o mais político dos filmes, dos últimos tempos depois dos filmes de Michael Moore". Apesar da parte final do filme apresentar cenas reais de um matadouro que revelam uma brutalidade sem descrição, cumprindo a missão de escandalizar, não sei se chega a atingir de facto o espectador. Acredito que esta visão parcial impele cada um de nós a informa-se cada vez mais e a tirar as suas próprias conclusões como também acredito que essa pode ser uma das missões do cinema, além da sua função primordial de entretenimento.

sábado, janeiro 27, 2007

Discos Voadores
Incógnito, 26/01/2007

Em mais um aniversário desta exma menina, ouviu-se disto, no Incógnito.
Momento embaraçoso da noite: ter de explicar a várias pessoas que os Cansei de Ser Sexy (CSS) não é do género Banda Eva... equivoco no qual andei eu próprio durante meses...
Das 90 e tal músicas da noite o barco foi abandonado lá pela 60ª com muitas dores nas costas, rouquidão e com um frio de rachar lá fora à espera...

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Scoop, de Woody Allen
com Woody Allen, Scarlett Johansson, Hugh Jackman

Estamos de volta ao grande dilema (anual) de avaliar mais um filme de Woody Allen.
Scoop junta novamente Woody Allen a Scarlett Johansson, desta vez contracenando. Como é hábito há 2 eixos de crítica que são basilares na ánalise de um filme de Allen, a comparação com o filme anterior, e as associações que se possam encontrar com filmes passados. Assim, e fazendo jus a esse modelo de análise pouco imaginativo e repetitivo, podemos dizer que Johansson está bem e recomenda-se, incorporando as neuroses, tiques e manias de Allen. A actriz contracena aqui com Allen fazendo lembrar Diane Keaton nomeadamente em "O Misterioso Assassinio em Manhattan" filme que também abordava a temática do assassinato. Woody Allen, regressa a um papel de humor mais fisico, lembrando as suas primeiras obras como "O Heroi do ano 2000", o eterno desastrado e desajeitado, o bôbo das cartas de Tarot.
A magia e o ilusionismo estão de regresso após "A Maldição do Escorpião de Jade". Neste liquidificador alleniano onde se misturam vários ingredientes tipicos, o resultado é agradável, ainda que esteja longe de ser um filme genial. Não sou de opinião que a fasquia estava demasiado elevada com o antecessor "Match Point" e que "Scoop" seja uma desilusão. "Scoop" é um filme radicalmente diferente do anterior, ainda que o ambiente londrino e aristocrata faça lembrar "Match Point" bem como ser protagonizado pela mesma actriz. Mas "Scoop" (gosto do nome, por isso o repito tantas vezes) é um bom filme de Woody Allen.
Apenas nota menos positiva para o desfecho um pouco atabalhoado do filme. Como já vem sendo hábito, Allen parece que tem sempre pressa de acabar o seu filme quando chega aos 80 e tal minutos, e isso nem sempre contribui para um final digno.
Manhattan já começa a deixar saudades, mas venha o próximo, passado em Espanha.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Patrick Wolf "The Magic Position"

O novo álbum de Patrick Wolf já saiu. Obrigatório ouvir!
2º single: Bluebells

terça-feira, janeiro 16, 2007

A Ciência dos Sonhos


Este é um dos grandes filmes de 2006, embora só fale nele em 2007. "A Ciência dos Sonhos", de Michel Gondry é uma supresa agradável que nos apresenta o universo dos sonhos, das fantasias, de toda uma parte de nós sob a qual não temos controle. Os sonhos são uma das áreas do oculto e do desconhecido que fazem parte de nós próprios, são uma mistura de contéudos, que vão desde influências da nossa vida diária à nossa vida passada, passando pelo anormal e pelo absurdo. Tudo pode acontecer, basta apenas dar largas à imaginação. Para quem està à espera de uma história com os requintes de argumento do anterior filme realizado por Gondry, "Eternal Sunshine of the Spotless Mind" ("O Despertar da Mente" que, a propósito, tem uma excelente banda sonora), desengane-se. Este filme não tem a magia e a originalidade da história de Charlie Kaufman, mas se o argumento não é genial, a criatividade vale por si. O envergonhado Stephane (Gael García Bernal) e a tímida Stephanie (Charlotte Gainsbourg) são duas almas desorientadas que se conhecem e tentam amar. O argumento é simples. Já a sua vivência e o universo em que vivem, esse é complexo e confuso. São assim os sonhos. Assim somos nós.