sábado, maio 23, 2009

Howling Bells, "Radio Wars"

Uma banda a escutar: Howling Bells

Howling Bells - Into The Chaos



Howling Bells - Low Happening



http://www.howlingbells.net
http://www.myspace.com/howlingbells

segunda-feira, maio 11, 2009

Prince of Broadway, de Sean Baker (2008)

Indie Lisboa 2008


Este filme foi uma das surpresas do Indie Lisboa deste ano. O exemplo de como uma história simples, pode remeter-nos para uma realidade mais complexa, da imigração clandestina, vendas ilicitas, mães solteiras e toxcodependentes, etc, em suma, várias faces da vida quotidiana das grandes cidades, neste caso Nova Iorque. A história é a de um imigrante que se vê a braços com uma criança de 2 anos que alegadamente é seu filho. A mãe, essa é uma irreponsável que desaparece sem deixar rasto. Lucky, o pai, que baptiza o o filho de Prince, aprende então a lidar com a criança no meio de vendas de contrabando, gerindo este embaraço com a actual namorada. Lateralmente conhecemos também a história do patrão de Lucky, naturalizado americano por intermédio de casamento, e que se vê a braços com um pedido de divórcio e simultaneamente com a polícia a descobrir os seus esquemas ilícitos. Um filme bem disposto.

quarta-feira, maio 06, 2009

Ballast, de Lance Hammer (2008)

Indie Lisboa 2009
Ballast é um filme contido, emotivo e silencioso. Narra a história de 3 almas deambulantes, algures no Mississipi americano, cujas vidas estão cruzadas e marcadas para toda a vida. Perante o declínio do seu jovem filho, cada vez mais envolvido nos meandros da droga e violência, a mãe abandona a sua casa e muda-se para o local onde morava o seu ex-marido, que entretanto se havia suicidado. Aí vai encontrar, a morar na casa ao lado, o irmão gémeo do ex-marido com quem sempre teve diferenças inconciliáveis., irmão esse que entretanto se tinha também tentado matar. Os motivos do ódio destas pessoas não são abertamente conhecidos, mas há todo um passado de má convivência latente e presente em todo o filme. A dada altura parece haver esperança e a possibilidade de alguma felicidade na vida dos três, à medida em que tio e sobrinho se aproximam e se vislumbra alguma abertura na relação dos cunhados, mas será que realmente algo mudou? Um filme sobre o impacto do suicidio de um homem adorado pelo irmão gémeo, odiado pela ex-mulher e ignorado e desconhecido pelo filho.
Este foi o filme vencedor do prémio do juri internacional da edição deste ano do Indie Lisboa.

sexta-feira, maio 01, 2009

Louise-Michel, de Benoit Delépine, Gustave Kervern (2008)

Indie Lisboa 2009


Depois de Aaltra, eis mais um brilhante filme desta dupla de realizadores belgas. Louise é uma muito sui generis funcionária de uma fábrica de brinquedos, e igualmente personagem única lá do sítio. Com o fecho da fábrica onde trabalha, que apanhou todas as funcionárias de surpresa, decidem "resolver a questão" de uma forma radical, enbeçadas por Louise. É com essa missão que Louise conhece Michel, uma espécie de assassino profissional, mas que tem muito pouco de assassino e não é mesmo nada profissional. Também ele próprio é uma figurinha interessante, uma espécie de Joane, o Parvo, à Gil Vicente. Ambos não desistem da sua missão, matar o dono da fábrica, e são hilariantes as peripécias e contratempos que surgem até atingirem o seu objectivo e não poupando inocentes. Por detrás deste aparente caos, que é uma característica dos seus filmes, esconde-se uma feroz crítica mordaz ao mundo neo-liberal e da globalização. Pode ser que estreie por cá, como chegou a suceder com Aaltra, que tem direito a edição nacional em DVD.



Una Semana Solos, de Celina Murga (2008)

Indie Lisboa 2009
Da Argentina chega-nos um filme sobre vários jovens e crianças (entre irmãos, primos e amigos) que ficam uma semana sozinhos em casa, num condomínio de luxo, enquanto os pais viajam pela Europa. Apesar da sua riqueza financeira, as suas brincadeiras nada têm de requintadas, pelo contrário, são a prova de que as brincadeiras de criança e adolescentes são comuns a todas as classes, a diferença é que quando se tem dinheiro e se cometem irresponsabilidades, espera-se sempre sair impune. É o caso destes miudos ricos, que ocupam o seu tempo livre a fazer estragos nas casas vizinhas e quando apanhadas em flagrante não hesitam em culpar o irmão da pobre empregada. Na verdade esse é só um dos momentos do filme, porque durante as quase 2 horas de filme o que vemos é o dia-a-dia algo entediante destes miudos que têm demasido tempo livre entre mãos e pais demasiado irresponsáveis e ausentes.

Helen, de Christine Molloy, Joe Lawlor (2008)

Indie Lisboa 2009
Helen é o nome de uma adolescente orfã que aceita representar outra adolescente, Joy, desaparecida sem rasto, numa reconstituição criminal. À partida estamos perante uma história pouco interessante, mas este filme veio revelar-se como uma interessante narrativa sobre o preechimento de vazios na vida de pessoas que procuram um rumo para seguir em frente. A partir do momento em que Helen encarna a personagem de Joy, começa a tomar o lugar desta. Ao tentar saber um pouco mais de Joy, conhecendo a família e o namorado desta, Helen vai-se conhecendo e descobrindo também a si própria e vai-se dando a conhecer. Na verdade Helen, embora não ocupe o lugar de Joy, ajuda de certa forma os pais desta a superar a dor da perda de uma filha. Mas o que é de facto central nesta história é a oportunidade que Helen tem de reflectir sobre si própria e sobre o que quer do futuro, numa altura em que alcança os 18 anos e finalmente vai sair da sua casa de acolhimento. Um filme com longos planos sequência do ponto de vista formal, a fazer lembrar Gus Van Sant, em "Paranoid Park". Uma boa surpresa do Indie Lisboa deste ano. O filme estreia hoje no Reino Unido.